Pesquisa feita pela Plan International Brasil e pela Tewá 225 entrevistou garotas entre 14 e 19 anos de todas as regiões do país
Meninas tendem a fazer mais serviços domésticos, como limpar a casa e lavar a louça, do que os meninos. É o que mostra uma pesquisa feita pela Plan International Brasil e pela Tewá 225 com cerca de 2.590 garotas entre 14 e 19 anos de todo o país. De acordo com o estudo, divulgado no dia 23 de novembro, 67,2% das jovens dessa faixa etária costumam fazer tarefas da casa, enquanto apenas 31,9% dos garotos dessas idades têm o hábito de realizar as mesmas atividades. O levantamento foi feito entre maio e agosto de 2021.
Segundo Flavio Debinque, gerente nacional de programas e incidência política da Plan, é necessário investir em medidas para mudar essa realidade e fazer com que meninos e meninas dividam as tarefas igualmente, sem pesar para nenhum lado. “O trabalho doméstico começa a fazer parte da vida das mulheres desde muito cedo, enquanto o mesmo não acontece com os homens. Para começar a mudar isso, precisamos quebrar estereótipos e acabar com a ideia de que existem ‘coisas de meninos’ e ‘coisas de meninas'”, diz Debinque. “Os serviços domésticos são uma atividade humana. Todos precisam cuidar disso.”
A pesquisa também constatou que a pandemia fez com que as meninas ficassem mais sobrecarregadas com os serviços da casa. Ao todo, 54,6% das participantes afirmaram que a carga de tarefas domésticas aumentou durante a crise da covid-19. “As famílias precisam perceber que essas diferenças entre meninos e meninas acabam virando um peso para as meninas”, afirma Debinque. “Muitas vezes, elas deixam de fazer atividades importantes, como estudar e brincar, para realizar serviços domésticos.”
Outros impactos da pandemia
Além do aumento do trabalho doméstico, o estudo mostrou que diversos aspectos da vida pessoal das meninas pioraram durante a pandemia. Confira os resultados.
– 76,6% tiveram piora na saúde mental
– 64,7% tiveram piora nos estudos
– 50,4% tiveram piora nas relações familiares
– 45,9% tiveram piora na relação com amigos
– 45,7% tiveram piora na vida financeira da família
Quem participou da pesquisa?
O estudo teve a participação de 2.589 meninas entre 14 e 19 anos, de dez cidades das cinco regiões do Brasil. Entre as entrevistadas estavam garotas de diferentes raças (negras, brancas, indígenas e amarelas), níveis de escolaridade e rendas familiares.
Fonte: Plan International.
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Isso precisa mudar! Já estamos no século XXI !!!!
Poder Feminino
Otimo conteudo.
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