Escritora tem 49 anos de carreira e, com suas obras, conquistou inúmeros prêmios
A escritora Adélia Prado recebeu, na noite de 18 de fevereiro, o Prêmio Camões 2024, o mais importante da literatura em língua portuguesa. A cerimônia foi realizada no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, e teve a presença dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Marcelo Rabelo de Sousa, de Portugal.
Adélia, que tem 89 anos, foi representada pelo filho, Eugênio Prado. Segundo o marido da poetisa, José Prado, Adélia não está em boas condições de saúde, por isso não tinha como enfrentar a viagem até Brasília.
Adélia foi anunciada como vencedora do prêmio em junho de 2024. Ela levou para casa 100 mil euros (algo em torno de 530 mil reais), um dos maiores prêmios literários do mundo. O valor é financiado pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), e pelo governo de Portugal.
Mesmo ausente, a escritora enviou uma mensagem de agradecimento: “A celebração da poesia é e será sempre sinal de que um povo preserva o tesouro inestimável de sua língua. Como afirmei certa vez, toda compreensão é poesia. Fiel ao chamado da poesia, qualquer povo encontrará a porta que se abre para a realidade”.
Adélia Prado nasceu em Divinópolis, cidade de Minas Gerais. Seu trabalho começou a ficar conhecido nos anos 1970, quando ela foi apadrinhada pelo escritor Carlos Drummond de Andrade. Seu primeiro livro, Bagagem (1976), deu início a uma carreira de 49 anos de sucesso. A escritora anunciou que pretende lançar um livro em breve, que, por enquanto, irá se chamar Jardim das Oliveiras.
Além do Prêmio Camões, Adélia já recebeu outras honrarias. Entre elas, o Prêmio Jabuti de Literatura (1978), o Prêmio Clarice Lispector (2016) e o Prêmio Machado de Assis (2024). Ela foi a primeira mulher a receber o Prêmio Conjunto da Obra pelo Governo de Minas Gerais, em 2017, além de ter sido indicada para a Academia Brasileira de Letras.
A premiação foi criada em 1988, pelo governo do Brasil e o de Portugal, e leva o nome do poeta português Luís de Camões (1524-1580), um dos mais renomados da literatura mundial.
Considerado a maior honraria literária da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o prêmio reconhece escritores que tenham contribuído para o enriquecimento da literatura e cultura no idioma. Os vencedores, além de receber uma premiação em dinheiro, ganham um diploma assinado pelos chefes de Estado do Brasil e de Portugal, contendo o nome de todos os países lusófonos, isto é, que falam português.
Ao longo dos anos, 15 brasileiros já foram agraciados com o prêmio, incluindo nomes famosos da literatura, como Jorge Amado, em 1994, e Lygia Fagundes Telles, em 2005.
Glossário
Academia Brasileira de Letras: instituição cultural fundada em 1897, com sede no Rio de Janeiro. O objetivo da entidade é promover o estudo, o cultivo e preservação da língua e da literatura brasileira. É composta por 40 membros permanentes e 20 correspondentes estrangeiros.
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: foi criada em 1996 e reúne nove países que tem o português como língua oficial: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Entre seus principais objetivos está promover a cooperação social, cultural e econômica. Para isso, são feitas atividades entre as instituições públicas e privadas dos países-membros em áreas como agricultura, saúde, educação, comércio e meio ambiente.
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