Dados divulgados em 5 de março, pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês), indicam que o planeta se aproxima de viver um quarto evento de branqueamento de corais em massa. Esse fenômeno é intensificado pelo aquecimento excessivo dos oceanos e pode resultar na morte de grandes áreas de
Dados divulgados em 5 de março, pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês), indicam que o planeta se aproxima de viver um quarto evento de branqueamento de corais em massa. Esse fenômeno é intensificado pelo aquecimento excessivo dos oceanos e pode resultar na morte de grandes áreas de recifes, incluindo partes da Grande Barreira de Corais, na Austrália.
Segundo a Noaa, o branqueamento de agora é impulsionado pelas mudanças climáticas e pelo El Niño. “Parece que todo o hemisfério sul provavelmente vai sofrer branqueamento este ano”, disse Derek Manzello, ecólogo da entidade, à agência de notícias Reuters. “Estamos literalmente à beira do pior evento de branqueamento da história do planeta”, completou.
Corais e branqueamento
Os corais são animais invertebrados, e a maioria vive em grupos de centenas a milhares. Os recifes de coral reúnem algumas espécies de corais e algas. Grande parte da alimentação desses bichos se dá por meio da relação com algas zooxantelas, que são coloridas.
O branqueamento acontece quando a água do mar aquece muito. Isso leva os corais a expulsar as algas coloridas. Como boa parte da energia deles vem da fotossíntese feita por essas algas, além de ficar brancos, eles se tornam vulneráveis a doenças e à fome. Esse processo é grave, pois os corais também servem de berçário para peixes e outras espécies marinhas. O branqueamento ainda afeta economias que dependem da pesca e do turismo de mergulho.
SITUAÇÃO NO BRASIL
De acordo com a Noaa, das sete áreas de recifes monitoradas no Brasil, seis têm algum alerta para branqueamento em março. A situação está mais severa em regiões do Rio Grande do Norte e da Bahia, com risco de branqueamento em todo o recife e mortalidade de corais.
GRANDES BRANQUEAMENTOS NA HISTÓRIA
Entre 2014 e 2017, a Grande Barreira de Corais perdeu quase um terço de tamanho e se estima que em torno de 15% dos recifes do mundo tiveram taxas altas de mortalidade. Antes, em 2010 e 1998, o fenômeno também ocorreu globalmente.
Glossário
EL NIÑO: fenômeno natural que aumenta as temperaturas do planeta e das águas do Oceano Pacífico (saiba mais na edição 202).
GRANDE BARREIRA DE CORAIS: tem mais de 2 mil quilômetros de extensão e compõe um sistema com corais, tartarugas, peixes e outros seres marinhos.
FONTES: AGÊNCIA BRASIL, CNN BRASIL, FOLHA DE S.PAULO, NATIONAL GEOGRAPHIC, OBSERVATÓRIO DO CLIMA, REUTERS E UOL.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 220 do jornal Joca.
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