peixe leão noronha 183
#pracegover: imagem do peixe-leão, que é todo listrado em tons de branco, vermelho e rosa. Crédito de imagem: GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO

Um animal marinho chamado peixe-leão está preocupando cientistas e ambientalistas do Brasil e do mundo. Originalmente morador das águas da região do Indo-Pacífico, ele deixou de ocupar apenas seu habitat natural e agora está invadindo os mares de Fernando de Noronha, arquipélago (conjunto de ilhas) no Nordeste brasileiro. Com isso, há o temor de que ameace a sobrevivência de espécies que vivem no local. O primeiro peixe-leão foi capturado na região em dezembro de 2020 Até o dia 24 de fevereiro de 2022, 62 já tinham sido encontrados.

Um estudo feito na Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, em 2013, afirmou que o peixe-leão tem características que podem ser prejudiciais aos animais em locais onde não é nativo. Isso porque o bicho tem grande capacidade de capturar outros peixes e se reproduzir, além de ter espinhos venenosos.

Segundo o estudo, existe a possibilidade de o invasor começar a comer um volume alto de peixes herbívoros (que se alimentam de algas). Se isso acontecer, o número desses peixes cairia muito e faltaria alimento para predadores maiores, como tubarões que se alimentam deles. Ao mesmo tempo, se a quantidade de peixes herbívoros declinar muito, haverá menos animais comendo algas e elas se espalharão rapidamente, o que prejudicará os corais, que competem com as algas por luz e espaço.

Por que o peixe-leão está fora de seu habitat natural?
O biólogo Paulo Bertuol, da fundação Stinapa, contou em entrevista à BBC que existem três possíveis explicações para o surgimento dos peixes na região.

A primeira diz que pessoas que os tratavam como animais de estimação resolveram jogá-los no Oceano Atlântico para se livrar deles. A segunda afirma que eles foram parar lá após escapar do aquário em que viviam nos Estados Unidos depois da passagem de um furacão. A terceira hipótese fala sobre a água de lastro de navios e plataformas, que pode carregar larva dos peixes para outros lugares por acidente. Em todos os casos, eles teriam se adaptado às novas águas e começado a se reproduzir nelas.

Para evitar que o peixe-leão continue em Fernando de Noronha e provoque problemas, o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) está realizando buscas para encontrar esses animais, capturá-los, congelá-los e, depois, levá-los para laboratórios do Brasil e dos Estados Unidos, onde serão estudados.

Glossário

Indo-Pacífico: uma região do mar que envolve o Oceano Índico e uma porção da parte ocidental e tropical do Oceano Pacífico.

Água de lastro: é usada no fundo de embarcações para controlar seu equilíbrio.

Fontes: BBC, biólogos Erandy Gomes e Julia Caon, do Projeto Conservação Recifal, ICMBio, Unicamp e Universidade de Oregon.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 183 do jornal Joca

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Comentários (1)

  • SARA

    1 ano atrás

    GOSTEI MUITO DESSA REPORTAGEM NAO SABIA QUE EJISTIA PEIXE LEAO AGORA EU PRENDE

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