Alemanha, Áustria e França passaram a proibir, a partir de 25 de janeiro, o uso de máscaras de estrutura simples, como as caseiras/de tecido, em espaços públicos (lojas, transportes, entre outros). O objetivo é fazer com que os cidadãos usem apenas máscaras profissionais, que oferecem mais proteção contra o novo coronavírus, como as PPF2 (saiba mais no box). De acordo com as autoridades os três países, as novas restrições servem para evitar que grande número de pessoas seja infectado pelas mutações do vírus, que podem ser mais contagiosas.

“A medida fará com que a pessoa tenha uma melhor proteção individual, porém, mais do que isso, fará com que a proteção coletiva aumente, garantindo que um número maior de cidadãos use máscaras que façam uma boa filtragem”, disse o ministro da saúde da França, Olivier Véran.

A decisão, porém, é polêmica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) continua recomendando o uso de modelos caseiros/de tecido em locais públicos. A entidade afirma que as máscaras profissionais só devem ser usadas por funcionários da saúde, pessoas com sintomas de covid-19, indivíduos que tomam conta de pacientes com a doença ou com suspeita dela e pessoas do grupo de risco ou com mais de 60 anos que precisem ir a locais onde não haja distanciamento social.

Orientações para o Brasil
Ao Joca, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pertencente ao Ministério da Saúde do Brasil, afirmou que não recomenda o uso apenas de máscaras profissionais. O órgão explica que está seguindo a orientação da OMS. Além disso, a Anvisa diz que, caso todos comecem a usar máscaras profissionais, elas podem faltar para funcionários da saúde. “Permanece a indicação de máscaras de tecido/caseiras, limpas e secas, para a população geral”, afirma a entidade.

Vitor Mori, engenheiro biomédico e membro do Observatório Covid-19 BR, concorda que, no Brasil, é necessário cuidado para que não faltem máscaras profissionais para os funcionários de saúde. Ele recomenda que pessoas que não trabalham no serviço de saúde usem esse tipo de proteção somente em último caso. “Se puder ficar em casa, fique. Se não der, procure um ambiente amplo, bem ventilado, sem muitas pessoas e use uma máscara [simples] que esteja bem ajustada ao rosto, sem vazamentos. Quem não trabalha na área de saúde só deve usar máscaras profissionais para situações de maior risco, como locais fechados, em que há muitas pessoas e a que você não pode deixar de ir, como um ambiente de trabalho sem janelas abertas”, explica Mori.

#pracegover: pessoa parada em ponto de ônibus, mexendo no celular. No rosto veste máscara do modelo FFP2, na cor branca. Foto: Getty Images/Westend61 e Getty Images/iStockphoto

O que são máscaras profissionais?
Elas oferecem uma barreira de proteção maior contra a covid-19. É o caso das máscaras cirúrgicas e das PFF2 (parecidas com os modelos FFP2 e N95, usados em outros países). Dependendo do modelo e da forma como é usada, a PFF2 pode filtrar ao menos 94% das partículas transportadas pelo ar. Ainda assim, especialistas afirmam que nenhuma máscara é capaz de evitar completamente o vírus. Além de usar o item, é importante manter distanciamento de 1,5 metro (mais ou menos o tamanho de uma moto comum) das pessoas, lavar as mãos ou usar álcool em gel com frequência e evitar tocar nos olhos, boca e nariz.

Fontes: BBC, OMS, Science, The Guardian e The Local.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 164 do jornal Joca.

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Comentários (1)

  • Yas

    3 anos atrás

    Adorei essa noticia

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