O que são?
As Linhas de Nazca são imagens feitas há mais de 2 mil anos por populações andinas que viviam no território hoje chamado Peru antes da colonização espanhola (em 1532). As inscrições estão na areia do deserto de Nazca, cerca de 400 quilômetros ao sul da capital peruana, Lima.

Entre as imagens, há desde simples linhas e formas geométricas até figuras mais elaboradas, representando principalmente animais, como aranhas, macacos, pássaros, peixes e lagartos.

Algumas linhas têm 48 quilômetros de comprimento (mais ou menos o trajeto de ida e volta da cidade de São Paulo ao aeroporto de Guarulhos). Alguns desenhos de animais chegam a 370 metros de comprimento (o mesmo que sete piscinas olímpicas enfileiradas). Só é possível observá-las a partir de alturas elevadas, como de dentro de aviões.

Raio x das linhas de Nazca
Área: 450 quilômetros quadrados (pouco mais do que a área de Curitiba, no Paraná.
Período de criação: de 500 a.C. a 500 d.C.
Povos que participaram da construção: nazca, paracas e chavín.

Números
– Mais de 800 linhas
– 200 figuras representando objetos, animais, plantas e outros seres – até um ser que parece um astronauta
– 300 desenhos geométricos, como triângulos, retângulos e espirais.

Como resistiram até hoje?
As imagens resistiram em razão do clima estável, seco e com pouco vento e porque a região fica em um deserto isolado. Mas correm risco de desaparecer se o clima da área mudar, com chuvas, por exemplo, ou se o entorno passar a ser visitado ou habitado por muitas

Como foram feitas?
As sociedades antigas removiam pedras escuras de uma profundidade de 30 centímetros da terra e deixavam visível a areia de cor mais clara que ficava embaixo.

Enigma
Apesar de os desenhos serem estudados há quase um século, ainda não se sabe exatamente qual a finalidade deles. Pesquisadores já consideraram que as linhas eram um observatório astronômico (porque algumas figuras se parecem com constelações, conjuntos de estrelas), um calendário e até mesmo mensagens de extraterrestres.

Outros dizem que os desenhos eram formas de agradecer e se comunicar com os deuses (segundo a crença do povo da época), pedindo chuva e boas colheitas na agricultura, por exemplo. As linhas também podem ter tido função cultural e religiosa ao apontar caminhos a serem trilhados pelas pessoas em direção a locais sagrados.

Para alguns cientistas, as figuras também indicariam a presença de água
ou construções onde povos antigos armazenavam esse elemento, muito escasso na região desértica.

O tempo das linhas

1926 • As primeiras linhas são descobertas pelo arqueólogo peruano Toribio Mejía Xesspe.
1930 • Outras linhas e figuras passam a ser encontradas conforme a aviação se expande.
1993 • As imagens passam a integrar uma reserva arqueológica e se tornam Patrimônio Cultural da Nação do Peru.
1994 • As denominadas Linhas e Geoglifos de Nazca e Palpa são declaradas Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Fontes: Aventuras na História, BBC, CNN, El País, History, National Geographic, Unesco e WMF.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 159 do jornal Joca.

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