Esta matéria foi originalmente publicada na edição 233 do jornal Joca
É por intermédio da família e da escola que as crianças crescem, desenvolvem-se, estabelecem relacionamentos e aprendem. A primeira traz as referências iniciais de valores e visão de mundo. A segunda expande e conecta o contexto já existente da família com novos saberes e perspectivas. A troca entre instituição de ensino e família é uma relação indispensável para o desenvolvimento e bem-estar da criança, por isso esse vínculo precisar ser cuidado e incentivado.
Na escola Villare, localizada no município de São Caetano do Sul (SP), a ponte entre família e escola é reforçada pelo Museu Temporário de Brinquedos e Brincadeiras, que existe há mais de dez anos. Trata-se de uma exposição de registros de brincadeiras e brinquedos antigos, suas regras e como funcionavam. Os estudantes pesquisam com os familiares, fazendo perguntas como: que brinquedos eles tinham? Como eram as brincadeiras quando eram crianças? A partir dessas conversas, os alunos catalogam as informações e elaboram o material da exposição.
“Esse projeto nasce da coleta de relatos das famílias, fazendo com que a criança se reconheça como sujeito histórico a partir da própria história. Começamos com a coleta de relatos, em que as famílias trazem uma narrativa de como era o brincar na infância. A partir daí, as professoras apresentam contextos para que os estudantes tenham essa visão do que, ao longo do tempo, permanece e se modifica”, conta Tatiana Lima, coordenadora pedagógica do ensino fundamental I da Villare.
“Eu me senti muito feliz em ver os brinquedos antigos. Lá tinha uma boneca que era da minha mãe e era muito especial. Fazer esse projeto com minha família foi muito legal; minha família me ajudou com a pesquisa dos brinquedos”, conta Ayla B., de 6 anos. Neste ano, a exposição está sendo realizada desde o dia 26 de outubro, no Espaço do Forno, local histórico da Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul. A mostra recebe visitas até 9 de novembro.
Meio ambiente e cinema em família
Na Escola Carlitos, em São Paulo (SP), diferentes atividades estimulam as trocas entre a família e os aprendizados escolares. Em uma parceria com a empresa Musa, a instituição neutraliza sua emissão de carbono com o reúso de resíduos de descarte. Todos os alunos recebem o material orgânico gerado pelo projeto e, em casa, plantam novas sementes, acompanhando o processo de perto com os pais.
Outra frente de ação é o Currículo de Cinema, promovido pela escola. Todo ano, um diretor de cinema é escolhido (em 2024, foi Hayao Miyazaki, um dos fundadores do Studio Ghibli), com seus filmes sendo exibidos em sessões na escola. Os alunos levam para casa a tarefa de assistir às obras com os pais e trazer suas percepções à sala de aula.
De acordo com a escola, o objetivo é formar agentes transformadores da sociedade e, por isso, é preciso que as crianças entendam que o que é feito no âmbito escolar tem uma aplicabilidade fora dali, para que possam olhar o mundo de forma crítica e reflexiva.
Glossário
CARBONO: elemento químico emitido por veículos que usam combustíveis fósseis (materiais produzidos pela decomposição de seres vivos, capazes de gerar energia), como carros e motos. Além disso, todas as atividades humanas emitem dióxido de carbono (CO2).
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