O derretimento das geleiras é uma das consequências do aquecimento global. Foto: Brandon Colbert Photography/Getty Images

Além do desaparecimento da neve no Monte Fuji e do surgimento de lagoas no deserto do Saara, as mudanças climáticas vêm causando alterações significativas no planeta e à vida humana nas últimas décadas. Não são só as paisagens naturais que têm mudado, os fenômenos climáticos extremos transformam a diversidade de fauna e flora (isto é, conjunto de espécies vegetais e animais). Confira algumas ocorrências fora do comum que estão sendo observadas ao redor do mundo relacionadas ao aquecimento global.

URSOS-POLARES MAIS MAGROS 

De acordo com um estudo realizado e publicado pela revista científica Nature no início de 2024, as mudanças climáticas estão gerando modificações sérias nos hábitos e rotinas de animais que vivem na Antártida. Em razão do derretimento das geleiras com o aumento das temperaturas, os animais precisam caminhar mais em busca de alimento e, por consequência, descansam menos; o estudo mostrou que, em duas semanas de análise, ursos-polares chegaram a perder cerca de 2 quilos (kg) por dia.

#pracegover: dois ursos-polares brancos estão parados na neve. Crédito de imagem: Getty Images

RIO VERDE 

Em setembro de 2024, o rio Pinheiros, que cruza parte da cidade de São Paulo (SP), ganhou uma forte coloração verde. O fenômeno ocorreu em consequência do tempo seco e da forte estiagem que afetou todo o estado na época. A falta de chuva diminuiu o nível da água dos afluentes (outros rios que banham um grande curso d’água), o que aumentou a concentração de nutrientes na água, favorecendo a proliferação excessiva de algas no rio. A cor verde veio dessas algas.

#pracegover: pinguins estão parados em um bloco esverdeado no meio de um lago. Ao fundo há montanhas cobertas por neve. Crédito de imagem: Getty Images

PÁSSAROS MENORES 

Até mesmo o tamanho dos pássaros pode estar sendo alterado. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, publicado na revista científica Ecology Letters, apontou que o tamanho de algumas aves está gradualmente diminuindo, de acordo com análises realizadas entre 1980 e 2016. Os motivos são variados, mas estão todos relacionados com o aumento das temperaturas: sem a necessidade constante de um metabolismo (sistema de reações químicas de um organismo) acelerado para se manter aquecidos, os pássaros começaram a gastar menos energia. Além disso, os animais passaram a vivenciar situações de maior estresse durante processos migratórios (mudança de um local para outro). 

BRANQUEAMENTO MASSIVO DE CORAIS 

Dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês) indicam que a Terra se aproxima de passar por um evento de branqueamento de corais em massa. Esse fenômeno é intensificado pelo aquecimento excessivo dos oceanos e pode resultar na morte de grandes áreas de recifes. Os corais são invertebrados, e a maioria vive em grupos de centenas a milhares. Os recifes de corais reúnem algumas espécies desses animais e algas. Assim, grande parte da alimentação desses bichos se dá por meio da relação com algas zooxantelas, que são coloridas. O branqueamento acontece quando a água do mar aquece muito, expulsando as algas. Como boa parte da energia dos animais vem da fotossíntese feita por essas algas, além de ficar brancos, eles se tornam vulneráveis a doenças e à fome.

VEGETAÇÃO NA ANTÁRTIDA 

A camada de gelo da Antártida chegou a ficar 2,6 milhões de quilômetros quadrados (km²) abaixo da média registrada entre 1981 e 2010, o equivalente à área da Argentina. O registro foi feito em 2023, pelo National Snow and Ice Data Center (NSIDC). Com o derretimento do gelo, a vegetação está conseguindo espaço para crescer: entre 1986 e 2021, a cobertura vegetal no continente aumentou de 0,863 km² para 11,947 km², ou seja, mais de dez vezes.

PAÍS DEBAIXO D’ÁGUA 

O território de Tuvalu, país da Oceania, está ameaçado pela elevação do nível do mar, que sobe cada vez mais com o aumento das temperaturas globais, que derrete as geleiras. Caso o cenário se mantenha, Tuvalu, formado por nove ilhas, pode ser completamente submerso em algumas décadas. O país tem 26 km² e fica localizado no sul do Oceano Pacífico.

#pracegover: vista aérea de uma rua cercada pelo mar dos dois lados. Crédito de imagem: Mario Tama/Getty Images

FONTES: JORNAL DA USP, CNN BRASIL, EXAME, UOL, G1, NATIONAL GEOGRAPHIC, NATURE E ECOLOGY LETTERS.

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