O número de jovens entre 18 e 24 anos que não trabalham nem estudam, conhecidos como “nem- -nem”, caiu nos últimos anos no Brasil. Segundo o relatório “Education at a glance” (“Observação da educação”, em tradução livre), divulgado no dia 10 de setembro, pela Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o percentual dos jovens nem-nem passou de 29,4% em 2016 para 24% em 2023. O número, contudo, ainda é considerado alto pelos especialistas, pois significa que cerca de um em cada quatro jovens está nessa condição.

O documento também revelou que a quantidade de adultos entre 25 e 34 anos sem ensino médio completo foi reduzido de 35% em 2016 para 27% em 2023. Esse percentual, porém, é quase o dobro da média registrada nos países desenvolvidos economicamente (14%) que fazem parte da OCDE.

#pracegover: Alunos sentados em carteira, dentro de sala de aula, estudando. Crédito de imagem: GettyImages

Pessoas sem o ensino médio completo têm menos chance de entrar no mercado de trabalho, ou seja, de conseguir um emprego. Os dados do relatório mostram que entre os que concluíram essa etapa, a taxa de emprego é de 75%. Já entre os que não têm o ensino médio completo, ela desce para 64%.

Investimento na educação 

O “Education at a glance” também mostrou que o Brasil investe um valor proporcional aos gastos públicos parecido com o das nações mais ricas, cerca de 10% do orçamento. Porém, quando se comparam os valores em dólar, os investimentos no país são inferiores. Enquanto no ensino fundamental o investimento por aluno no Brasil é de cerca de 3,6 mil dólares, por volta de 20,1 mil reais, a média nos países com economias desenvolvidas é de 11,9 mil dólares, ou 66,5 mil reais. 

A diferença é ainda maior quando os valores investidos por alunos do ensino médio são analisados. No Brasil a média é de 20,7 mil reais; já em nações com mais desenvolvimento econômico o valor gira em torno de 73,7 mil reais.

O QUE É A OCDE? 

É uma organização internacional que reúne 38 nações que trocam informações e conhecimentos sobre educação e economia, por exemplo, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social. O Brasil é candidato a membro da OCDE desde 2022 — o processo que avalia a entrada de um país pode demorar anos. No entanto, desde 1994, o Brasil participa de diversas maneiras do grupo, especialmente na área de educação, aplicando pesquisas e avaliações que geram os conhecimentos compartilhados.

FONTES: AGÊNCIA BRASIL, O GLOBO, EXAME E G1

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 230 do jornal Joca

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