Ray Tavares, 27 anos, moradora da cidade de São Paulo, começou no mundo da escrita criando livros para adolescentes. Atualmente, faz parte da equipe de roteiristas do programa Bugados, do canal Gloob.

Em entrevista à repórter mirim Mariana L., de 10 anos, a roteirista contou mais sobre essa profissão que ela mesma considera bem inusitada. “Sempre imaginei que só os norte-americanos que trabalham em Hollywood [bairro da cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos] tinham essas profissões superlegais”, disse Ray durante a conversa com a Mariana. Confira o bate-papo a seguir.

Como é o dia a dia da sua profissão? O que você faz primeiro?
Meu dia a dia é bem puxado. Normalmente, passo dez horas escrevendo, entre livros e roteiros. E isso é no mínimo! Quando acordo, a primeira coisa que gosto de fazer é tomar o meu café enquanto me organizo para entender quais são as tarefas. Assim, eu posso começar a escrever mais tranquila, sabendo o que vou precisar entregar naquele dia. Depois, sento na frente do notebook e trabalho.

Você sempre quis ser roteirista de séries? Com quantos anos decidiu isso?
Eu já escrevia livros e, em 2017, comecei a conversar com produtoras sobre a possibilidade de adaptar minhas obras para o audiovisual [como é chamado o formato de vídeo e áudio usado em filmes e séries]. Foi amor à primeira vista! Isso aconteceu quando eu tinha 24 anos.

Essa profissão não é muito comum, como médico e advogado. Como você descobriu que existia?
Acho que eu sempre soube que essa profissão existia, desde criança. Mas não sabia que poderia almejar uma carreira como roteirista no Brasil. Engraçado isso, sempre imaginei que só os norte-americanos que trabalham em Hollywood tinham essas profissões superlegais (risos).

Você escreve outras coisas além de roteiros?
Sim! Escrevo de tudo: livros, roteiros, audiobooks [livros em formato de áudio], audio dramas [histórias em áudio interpretadas por vários atores]… Escrevo qualquer coisa que vier e me der a oportunidade de contar uma boa história.

Você conhece os atores das séries de que participa?
Eu já conheci alguns atores de Bugados, mas pretendo participar das gravações para conhecê-los ainda mais (quando a pandemia do novo coronavírus passar).

Quais programas você já fez?
Atualmente, eu escrevo Bugados, programa infantil do canal Gloob que fala sobre três personagens dos videogames que decidem sair das telas e viver aventuras no mundo real. Também já desenvolvi outros filmes e séries que ainda não foram ao ar, por isso não posso contar detalhes.

Quais eram as suas matérias preferidas na escola?
Eu amava português, fazer as redações (por motivos óbvios), história e geografia.

Quem inspira você como roteirista?
Alguns roteiristas me inspiram bastante. Entre os brasileiros tem a Bia Crespo e Carô Ziskind. Entre os estrangeiros eu gosto muito da Gillian Flynn [saiba mais ao lado].

Algum parente seu também escreve para televisão?
Não, ninguém da minha família é das artes, só eu. O meu pai, por exemplo, trabalhava com tecnologia da informação, algo completamente diferente do que faço hoje.

Qual estilo você mais gosta de escrever?
Comédia! Amo escrever comédia!

Você gosta da sua profissão?
Amo demais. Hoje tenho certeza de que não me vejo fazendo outra coisa da vida.

#pracegover: Ray veste calça jeans. camiseta amarela e segura três livros nas mãos. Foto: arquivo pessoal
  • O que é um roteiro? É um documento que descreve tudo o que vai acontecer em obras como filme, seriado ou programa de televisão. O roteiro traz as falas de cada personagem na história e dá orientações sobre as cenas. Por exemplo: em que lugar a cena acontece? Os personagens estão tristes ou felizes? O roteirista é a pessoa responsável por escrever o roteiro.
  • Quem são algumas das roteiristas que influenciam a entrevistada? Bia Crespo: escreveu o filme infantil brasileiro 10 Horas Para o Natal, que ainda não foi lançado e está previsto para estrear no fim de 2020. | Carô Ziskind: escreveu a novela da Globo Malhação – Viva a Diferença, originalmente no ar entre 2017 e 2018. | Gillian Flynn: autora e roteirista norte-americana, escreve histórias de suspense policial para adultos.

“Eu fiquei muito animada [com a entrevista]! Acho legal imaginar que ela escreve o roteiro e depois passa para a produção do programa fazer a sua mágica.” Mariana L., 10 anos

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#pracegover: Mariana L. usa blusa branca e tiara branca nos cabelos. Foto: arquivo pessoal

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 154 do jornal Joca.

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Comentários (4)

  • Maria B.

    1 ano atrás

    Interessante essa profissão. Aqui em nossa região não temos roteiristas. Bem interessante a rotina do roteirista. Precisa de uma cadeira super confortável. Cada roteiro é uma experiência diferente. O estar interagindo com pessoas diferentes, que gostam do que fazem deve ser muito bom.

  • Mira Chaia Alves

    3 anos atrás

    amei a entrevista!

  • gabi

    3 anos atrás

    que a entrevistou?

  • Jornal Joca

    3 anos atrás

    Oi, Gabi. Tudo bom? Quem entrevistou foi a Repórter Mirim Mariana L.

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