Alegria, surpresa, apreensão, comoção, fascínio…Quantas sensações diferentes uma pessoa pode ter em uma apresentação de circo?

No dia 27 de março, celebramos o Dia do Circo. A data foi escolhida em homenagem ao nascimento do palhaço Piolin (1897 – 1973), o “rei dos palhaços” brasileiros. Dono do Circo Piolim, lutava pela valorização das artes circenses e era conhecido como um exemplo de artista verdadeiramente brasileiro e popular.

Quarenta e cinco anos após a morte de Piolin, os espetáculos de circo continuam a acontecer em todo o país. No site Circonteúdo, voltado para a divulgação da arte do picadeiro, há 186 grupos circenses cadastrados – embora ainda existam muitas companhias não cadastradas.

Entre os estados com o maior número de grupos registrados estão São Paulo, com 78 companhias, Rio de Janeiro, com 28, e Distrito Federal, com 24.

Dia a dia no circo

Com o rosto maquiado e um figurino colorido, a trapezista e acrobata Alessandra Fleury gira, estica as pernas e equilibra-se em um aro nas alturas.

Ao longo de sua carreira, Alessandra passou por circos como o peruano La Chola Chabuca e o brasileiro Universo Casuo e já se apresentou em países como Alemanha, Suécia, Dubai e Finlândia. “Essa é a melhor parte do meu trabalho: conhecer lugares e pessoas novas”, diz a artista.

Para conseguir realizar movimentos ousados e precisos longe do chão, Alessandra conta com uma rigorosa rotina de treinamentos. “Meus ensaios são divididos entre os treinos dos aparelhos que eu estou praticando no momento (faixa aérea, lira ou tecido) e musculação, para prevenir lesões e fortalecer os músculos”, explica a artista, que passa de três a cinco horas por dia treinando com aparelhos e outras duas horas fazendo musculação.

“Todo o esforço é recompensado quando chega a hora da apresentação”, diz Alessandra. “É uma sensação incrível ver que você conseguiu realizar aquele movimento que tanto lutou para aprender”.

Como aprender modalidades de circo?

Na cidade de São Paulo, a escola Galpão de Circo, localizada no bairro da Vila Madalena, oferece aulas para crianças, jovens e adultos. As modalidades, que levam em consideração a faixa etária e o ritmo do aluno, incluem brincadeiras circenses, aéreos, contorção, acrobacia, palhaço, entre outros.

Alice M., de 10 anos, é aluna desde pequena e, hoje, faz aulas de palhaço, aéreos, acrobáticos e equilíbrio. “A cada dia nós aprendemos algo diferente. Nas aulas de palhaço, por exemplo, realizamos brincadeiras para treinar expressões e fazemos cenas de palhaço. Já nas aulas de aéreos, construímos um aéreo próprio e começamos a treinar: fazemos sequências, escolhemos a música que tocará na apresentação…”, conta.

O dono do Galpão, Alex Marinho, explica que o circo não é um esporte, mas uma arte que envolve atividade física. “O circo valoriza a apresentação. A competição é com você mesmo: tentamos superar desafios, mas sem esquecer da segurança”, diz Alex.

Mesmo quem não deseja seguir a carreira de artista profissional pode usufruir dos benefícios das modalidades circenses. Além de promover o bem-estar e desenvolvimento do corpo, o circo ajuda a ensinar valores aos participantes. “Você treina flexibilidade, equilíbrio, consciência corporal e orientação espacial. Além disso, aprende a confiar, a trabalhar em grupo e a ter responsabilidade. Em uma pirâmide humana, por exemplo, você precisa subir em alguém e carregar outra pessoa. Isso envolve confiança e cuidado com o próximo”.

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