No dia 11 de março, o artista plástico Beeple vendeu a obra Everydays – The First 5.000 days por 69 milhões de dólares (cerca de 388 milhões de reais) em um leilão. No mesmo mês, o DJ Steve Aoki criou uma série de figurinhas colecionáveis baseada em suas músicas e faturou 4,25 milhões de dólares (mais ou menos 23 milhões de reais) em um único fim de semana. Essas seriam notícias comuns se não fosse por um detalhe: nem a obra de arte em as figurinhas fazem parte do mundo real. Elas existem apenas em versão digital, conhecida como NFT, a nova mania da internet.

NFT é a sigla para non-fungible tokens, que em português seria algo como “figuras não fungíveis”, ou seja, figuras que não podem ser substituídas ou trocadas. Cada NFT recebe um código para ser usado como prova de autenticidade. O código pode ser atrelado a desenhos, vídeos, músicas, gifs e até memes. Em um ano em que a pandemia fechou muitas galerias de arte e impediu apresentações artísticas presenciais, a tecnologia se tornou uma forma de artistas obterem renda extra.

Mas há quem critique a novidade, principalmente por gastar muita energia elétrica para gerar o código, em um processo que precisa passar por diversos computadores. Especialistas temem que aconteça o mesmo que já ocorre com a bitcoin, moeda digital que usa a mesma tecnologia para criar códigos e, atualmente, já consome mais energia elétrica do que toda a Argentina, de acordo com levantamento da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, divulgado em fevereiro.

Fontes: Business Insider, Jovem Nerd, G1, Mashable, Nifty Gateway, School of Motion, Tecnoblog e TMDQA.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 167 do jornal Joca.

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