Por Helena Rinaldi

Em junho, um cinema foi inaugurado no campo de refugiados Zaatari, que fica na Jordânia e é o segundo maior do mundo. A iniciativa é da Organização Não Governamental (ONG) Lumière à Zaatari e tem o objetivo de exibir, principalmente, filmes infantis. Desde 2012, o local abriga famílias sírias que  saíram de seu país em busca de melhores condições de vida — a Síria vive uma guerra civil há cerca de oito anos (saiba mais na edição 90 do Joca).

“Isso traz de volta doces memórias de tempos antigos. Quando fiquei noiva, eu e meu parceiro fomos ao cinema e eu amei! A segunda vez foi quando já tínhamos uma família e fomos todos. Esta é a terceira vez na minha vida” diz Nawal, com seus filhos e vizinhas no cinema do campo de refugiados / #pracegover: na foto, aparecem duas mulheres adultas, cada uma com lenço na cabeça – um preto e um branco, respectivamente. A menina mais velha também usa lenço, em tom de marrom-claro. No colo das duas mulheres adultas há uma menina pequena, com vestido rosa, e um menino também pequeno, com camiseta cinza e vermelha, segurando um copo amarelo. Ao fundo, aparecem várias pessoas. Crédito de imagem: Unicef.

Em entrevista ao Joca, Ahmad Ameen, diretor do cinema, contou que o projeto começou dois anos atrás, quando um grupo de cineastas franceses estava gravando cenas para um longa-metragem no acampamento. “Eles perceberam que não tinha onde as pessoas assistirem a filmes no campo e decidiram ajudar a criar um lugar para isso, especialmente para as crianças e para exibir títulos de entretenimento e educativos”, explica.

Para isso, os cineastas fundaram a ONG e começaram uma campanha de arrecadação de dinheiro para o projeto. Em parceria com o Fundo da Nações Unidas Para a Infância (Unicef, na sigla em inglês) e uma produtora local, chamada The Imaginarium Films, a organização levantou o valor necessário para instalar o cinema. O objetivo dos organizadores é de que o local comece a funcionar de forma definitiva no começo de agosto.

Para Ahmed, é importante que crianças refugiadas vejam filmes para que tenham acesso a uma combinação de entretenimento com educação. “Elas precisam assistir a histórias de esperança para sonhar com um futuro melhor, porque essa geração irá moldar o nosso mundo nos próximos anos”, diz. Segundo ele, o próximo passo da ONG é promover debates sobre os filmes e aulas interativas no cinema.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas Para os Refugiados (Acnur), cerca de 77 mil refugiados vivem em Zaatari — mais da metade deles têm menos de 18 anos.

Wala’a, 12 anos, e Ensam, 8 anos, capricharam na roupa porque acreditam que devem se vestir bem para ir ao cinema / #pracegover: na foto, duas meninas aparecem felizes. Uma usa vestido cinza e chapéu branco, com renda na aba. A outra, vestido branco com detalhes cor-de-rosa e chapéu me tons de palha. Elas estão de frente para um carrinho de pipoca. Crédito de imagem: Unicef.
Haider, 12 anos, e Mohammad, 12 anos, assistem o ator Charlie Chaplin no cinema. #pracegover: o garoto da esquerda veste camiseta azul. O da direita usa camiseta em amarelo e preto. Eles estão abraçados e sorriem para a foto. Crédito da imagem: Unicef.

Fontes: Cinema Zaatari e The National.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 134 do jornal Joca.

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