O Museu Americano de História Natural, em Nova York, Estados Unidos, anunciou, em 27 de janeiro, o fechamento de dois salões destinados à exposição de itens da cultura de povos nativos da América do Norte. A instituição também informou que peças pertencentes à mesma categoria de outros ambientes não estão mais expostas.

A decisão faz parte de uma série de medidas que museus dos EUA estão tomando desde que a Lei de Proteção e Repatriação de Túmulos dos Nativos Americanos (Nagpra, na sigla em inglês) foi atualizada, em dezembro, e passou a valer, em 2024. São considerados povos nativos dos EUA aqueles que já habitavam a região quando os ingleses chegaram e a conquistaram, nos séculos 16 e 17.

Como era parte de um dos salões que foi fechado no fim de janeiro | #pracegover: mulher está parada observando objetos históricos em museu. Crédito de imagem: reprodução de vídeo

A Nagpra exige que agências federais, museus e instituições financiadas pelo governo devolvam a descendentes diretos e tribos nativas americanas (reconhecidas pelo governo federal) materiais como: restos mortais humanos, objetos funerários e itens sagrados ou de patrimônio cultural. O objetivo é que os povos decidam o que fazer com cada peça. Isso é conhecido como reparação histórica, ou seja, uma retratação pelos erros do passado.

Em comunicado, Sean Decatur, presidente do Museu Americano de História Natural, informou que estes serão os primeiros passos da nova política da instituição, que incluirá atividades educativas e que respeitem o legado dos povos nativos.

Movimento no Brasil 
Em entrevista ao Joca, Susilene Kaingang, conselheira da gestão do Museu das Culturas Indígenas e gestora do Museu Worikg, ambos no estado de São Paulo, contou que a devolução de itens retirados de povos originários também acontece no Brasil. Para ela, a solução começa ao convidar representantes dos povos étnicos para a liderança das instituições. “O conselho indígena é muito importante para que todos os envolvidos tenham poder de decisão (…) do que levar do território para dentro do museu. (…) E convidar essas pessoas para fazer rodas de conversa, falar dos instrumentos sagrados, do canto e da dança de seu povo”, explica.

FONTES: AMNH, FEDERAL REGISTER E O GLOBO.

Texto originalmente publicado na edição 217 do jornal Joca.

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