A proporção de mortes entre pessoas de 80 anos ou mais por covid-19 caiu pela metade desde o começo da vacinação no Brasil. A conclusão é de um estudo da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), do Rio Grande do Sul, feito em parceria com a Universidade Harvard, dos Estados Unidos. A pesquisa foi publicada no dia 30 de abril.

O percentual de vítimas dessa faixa etária era de 25% a 30% do total de mortes em 2020 e de 28% em janeiro deste ano. Essa proporção diminuiu para 13% no fim de abril, três meses após o início da imunização, e é a menor registrada para maiores de 80 anos em todo o período da pandemia no país. Os pesquisadores chegaram a esses números por meio de dados de mortes por covid-19 e da cobertura de vacinação divulgados pelo Ministério da Saúde.

O estudo também descobriu que, em janeiro, a taxa de mortalidade entre pessoas de 80 anos ou mais era 13,7 vezes maior do que para pessoas com zero a 79 anos. No início de abril, essa relação caiu para 6,9 vezes.

Além disso, os pesquisadores concluíram que a vacinação evitou, aproximadamente, 14 mil mortes de pessoas com 80 anos ou mais de fevereiro a abril. Se o número de vidas perdidas nessa faixa de idade tivesse seguido no mesmo ritmo dos grupos mais jovens, quase 50 mil mortes seriam esperadas contra as 34 mil registradas no período.

#pracegover: dentro de um carro, idosa é vacinada por profissional de saúde em Manaus. Crédito de imagem: Valdo Leão / Semcom Prefeitura de Manaus

A evolução da imunização Segundo a pesquisa, a primeira dose de vacina chegou à metade das pessoas acima dos 80 anos nos primeiros 15 dias de fevereiro; a 80% na segunda metade desse mês; e a 95% em março. “A explicação mais provável para a queda proporcional de mortes entre os mais idosos em comparação com indivíduos mais jovens é o rápido aumento da cobertura vacinal entre brasileiros com 80 ou mais anos”, explicou o epidemiologista Cesar Victora, da Ufpel, líder do estudo.

Os resultados confirmam que as vacinas aplicadas no Brasil protegem mesmo em um cenário de predomínio da P1, uma variante do novo coronavírus que é 2,4 vezes mais transmissível do que outras linhagens do vírus. A conclusão reforça os resultados de pesquisas com profissionais da saúde vacinados em Manaus, no Amazonas, e na cidade de São Paulo, que já evidenciavam essa proteção em populações afetadas pela P1. Descoberta em Manaus, essa variante atualmente responde pela maior parte
dos casos de covid-19 no Brasil.

Fontes: CNN Brasil, G1, Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde de Minas Gerais e UOL.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 170 do jornal Joca

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