O Exército de Mianmar anunciou, em 1º de fevereiro, que os militares tomaram o poder no país asiático. Eles prenderam a líder e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, o presidente do país, Win Myint, e outros membros do partido Liga Nacional Pela Democracia (NLD), que comandava Mianmar e venceu as eleições em 2020.

Os militares justificaram que a vitória nas urnas do NLD contra o Partido da Solidariedade e Desenvolvimento da União (USDP), apoiado pelo Exército, foi uma “fraude eleitoral”. O NLD nega as acusações.

Os membros das Forças Armadas impuseram o estado de emergência de um ano em Mianmar, período no qual o país deve ser governado pelo comandante do Exército, Min Aung Hlaing. Depois, eles prometem organizar uma votação “livre e justa”.

#pracegover: enquanto os militares tomavam o poder em Mianmar, ao fundo, a professora de ginástica Khing Hnin Wai se exercitava sem notar o que acontecia. Ela postou o vídeo, que viralizou, nas redes sociais. A professora usa calça preta e camiseta amarela. Ela está de máscara em cima de um tipo de plataforma, com uma avenida ao fundo. Foto: reprodução de vídeo

Sem internet
A tomada do governo por militares aconteceu poucas horas antes da primeira sessão do Parlamento eleito em novembro do ano passado. Os militares bloquearam as estradas ao redor da capital, Naipidau, e derrubaram o sinal de internet e celular em todo o país. No dia 3 de fevereiro, ordenaram o bloqueio de redes sociais como Facebook, Instagram e WhatsApp. As autoridades de Mianmar justificam que as redes, em que crescem as movimentações pelos protestos contra o novo governo, contribuem para a instabilidade no país.

Em uma carta escrita antes de ser presa, Suu Kyi declarou que as ações colocaram Mianmar novamente sob uma ditadura militar. “Peço às pessoas que não aceitem isso, respondam e protestem de todo o coração contra o golpe dos militares”, escreveu. Entre 5 e 7 de fevereiro, milhares de pessoas participaram de protestos no país.

Histórico
Mianmar, antes chamada Birmânia, foi uma colônia do Reino Unido e conquistou a independência em 1948. O país foi governado por militares até 2011, quando as reformas lideradas por Suu Kyi trouxeram a democracia. Um novo governo, com Suu à frente, foi eleito pela população nas urnas em 2015.

As eleições de 2020 em Mianmar
Até o momento, não há provas de fraudes nas eleições de novembro de 2020, que teve ampla vitória do NLD. Mas o pleito foi criticado por deixar de fora os muçulmanos rohingya, uma minoria religiosa do país, composto, na maioria, por budistas. Os rohingya não votaram porque estão em campos de refugiados de Bangladesh, país vizinho, ou porque perderam a nacionalidade de Mianmar.

Os rohingya têm língua e cultura próprias, mas estão no país desde o século 12. Eles não estão entre os 135 grupos étnicos oficiais da nação e têm a cidadania negada por Mianmar desde 1982, sendo considerados apátridas (sem país). Mianmar é acusado pela Organização das Nações Unidas (ONU) de cometer genocídio contra essa população. Ou seja, perseguir essa comunidade com a intenção de eliminá-la por suas diferenças em relação à maioria da população (saiba mais na edição 119 do Joca).

Mianmar
População: cerca de 54 milhões de pessoas
Etnias: 135
Idiomas: 108

Fontes: Aventuras na História, BBC, G1, Terra e TV Brasil.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 164 do jornal Joca.

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Comentários (1)

  • felipembandel

    3 anos atrás

    0i agora eu tenho o jornal do felipe

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