General Nguema dissolve governo e mantém ex-presidente em prisão domiciliar
Em 30 de agosto, um grupo de militares liderado pelo general Oligui Brice Nguema declarou em rede nacional a tomada antidemocrática do governo gabonês depois da acusação de fraude eleitoral nas eleições presidenciais, que ocorreram no país no dia 26. Nguema disse ainda que todos os órgãos governamentais estavam dissolvidos e que os resultados das eleições estavam cancelados.
Ali Bongo, até então presidente do Gabão, havia sido reeleito com cerca de 64% de votos; seu principal oponente, Albert Ondo Ossa, atingiu 30%. Este seria o terceiro mandato de Ali, que ocupa o cargo há 14 anos — já a família dele está no governo há 55 anos.
A família Bongo é acusada por parte da população gabonesa de corrupção e fraude eleitoral. O agora ex-presidente está sendo mantido em prisão domiciliar. “Hoje, em nome do povo gabonês, nós, o Comitê Para a Transição e Restauração das Instituições, decidimos defender a paz, pondo um fim ao regime atual”, disse Nguema.
Em coletiva de imprensa no dia 30, Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, declarou que o líder da ONU está acompanhando o episódio e condena veemente a tentativa de golpe como uma das maneiras para resolver a crise política do país. “A ONU apoia o povo do Gabão e tem profunda preocupação com o anúncio dos resultados eleitorais em meio a relatos de graves violações das liberdades fundamentais”, disse.
Democracia: forma de governo em que a decisão da maioria determina, por meio das eleições, quais candidatos serão os governantes do país. Também é caracterizada pela distribuição equilibrada do poder — ou seja, ele não fica concentrado em uma única autoridade ou órgão. Antidemocrático é tudo aquilo que contraria os valores da democracia.
Fontes: Al Jazeera, SABC News, G1 e CNN.
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