A falta de chuvas provocou, em julho, um agravamento da seca pelo Brasil. É o que aponta um levantamento divulgado em 18 de agosto pelo Monitor de Secas, coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Comparando com o mês anterior, em julho, a seca se alastrou ou se intensificou em todos os estados do Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Já no Nordeste, a situação ficou mais grave no Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Maranhão e Bahia. No Norte, o Tocantins, único estado da região acompanhado pelo monitor, também apresentou avanço da seca no período observado.

Há meses, boa parte do país vem sofrendo com chuvas abaixo da média. Segundo o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), entre setembro de 2020 e março de 2021, o Brasil teve a menor entrada de água em reservatórios dos últimos 91 anos. Além disso, em maio deste ano, o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) divulgou um comunicado alertando que os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná enfrentariam chuvas abaixo ou próximas à média entre os meses de junho e setembro. Atualmente, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste já há cidades fazendo racionamento de água, como Curitiba, capital do Paraná.

Segundo Danielle Ferreira, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o principal motivo que está levando à falta de chuvas é um fenômeno conhecido como La Niña. “Ele é caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial [região do Pacífico na Linha do Equador] e começou no fim do inverno e início da primavera do ano passado, trazendo consequências na distribuição de chuvas no Brasil”, explica. “Estamos tendo chuvas que provocam cheias nos rios da região amazônica e seca nas partes central e sul do país.”

Embora se trate de uma mudança no clima, ainda não é possível concluir que o aquecimento global também tem influência no período de seca que atinge partes do país, como diz Priscila Monteiro, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). “Para dizer que a seca que estamos observando tem relação com o aquecimento global, muitos estudos acadêmicos precisariam ser feitos.”

#pracegover: mapas comparando os meses de junho e julho de 2021 — neste, a seca se espalhou ou intensificou em todos os estados do Sudeste, Centro-Oeste e Sul, além de em regiões no Nordeste e no Tocantins. Crédito de imagem: Agência Nacional de Águas_monitor de secas e GettyImages

O que fazer diante da seca?
A falta de chuvas afeta diversos setores da sociedade, como agricultura, pecuária, fornecimento de energia elétrica (a água é usada para a geração de energia por meio das usinas hidrelétricas), oferta do recurso em casas e estabelecimentos comerciais, entre outros. Para evitar prejuízos maiores durante o período de seca, Danielle recomenda que a população evite o gasto desnecessário de água e energia. “Devemos fazer campanhas educativas para incentivar as pessoas a consumir os recursos de forma mais racional.”

Fontes: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, CNN, Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, Monitor de Secas e Instituto Nacional de Meteorologia.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 175 do jornal Joca.

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Comentários (1)

  • felipedoria

    2 anos atrás

    uau!

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