Pela primeira vez no Brasil, a ativista de 20 anos disse que apoiará iniciativas que ajudem meninas no país.
A paquistanesa Malala Yousafazi, grande defensora do direito à educação, deu uma palestra no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, nesta segunda-feira, dia 9. A jovem de 20 anos falou sobre a importância do estudo e disse que quer ajudar a dar educação de qualidade para as meninas brasileiras. “Quero achar meios para que as 1,5 milhão de meninas [fora da escola] no Brasil tenham acesso à educação”, afirmou.
No encontro, a ativista anunciou que a sua organização, a Fundação Malala, ajudará entidades brasileiras de educação no país. Para a jovem, não há melhor maneira de contribuir do que apoiar pessoas que já realizam projetos locais. “Vamos focar nas regiões que mais precisam, como o Nordeste do Brasil, mas também vamos apoiar outras campanhas. Queremos trabalhar junto com vocês”, disse no evento promovido pelo Itaú Unibanco.
Ao todo, 800 pessoas, entre elas estudantes e pessoas ligadas a ONGs (Organizações Não Governamentais), compareceram à palestra. Como a entrada era restrita, apenas convidados puderam participar. Ingressos não foram vendidos.
Aos estudantes que estavam presentes, Malala pediu que lutem por uma sociedade mais justa e não se desanimem com os obstáculos. “Sei que às vezes existe raiva ou falta de esperança, mas a sua luta e o seu ativismo têm o poder de fazer mudanças. Vocês não devem esperar que alguém fale por vocês. Vocês sempre têm de erguer suas vozes”.
Pela primeira vez no Brasil, Malala disse que sempre sonhou em vir para cá e que estava se sentindo em casa. “Esse país é maravilhoso em termos de cultura e sinto toda a energia positiva que vocês me dão. Sou muçulmana, venho de uma terra muito distante, mas me sinto em casa.”
Quem é Malala Yousafazi?
Hoje, Malala é conhecida no mundo todo por sua luta pela educação e pelos direitos das mulheres.
Essa trajetória começou nos anos 2000, quando a jovem frequentava uma escola no Paquistão. Na época, Malala tinha um blog em que falava sobre as dificuldades que as garotas enfrentavam para estudar no país. Isso porque a nação era controlada pelo Talebã, grupo que defende ideias distorcidas do islamismo e que não permite que meninas estudem, por acreditar que tal prática é inapropriada.
Os textos publicados pela jovem, que na época tinha 15 anos, começaram a incomodar a organização, que armou uma operação para matá-la. Embora tenha sido atingida por uma bala, Malala sobreviveu e foi levada para o Reino Unido, para que pudesse viver em segurança.
Após o atentado, a luta da ativista pelos direitos das meninas de estudarem se tornou conhecida mundialmente. Tanto que, em 2014, aos 17 anos, Malala se tornou a pessoa mais nova a receber o Nobel da Paz, prêmio dado a pessoas que contribuem para a paz mundial.
Hoje, Malala estuda na Universidade de Oxford, no Reino Unido, e comanda a Fundação Malala, uma organização que ajuda diversas iniciativas no mundo todo e que tem como objetivo levar educação de qualidade para meninas do mundo todo. Ela também lançou uma biografia e um documentário sobre a sua história.
“Muitos me perguntam se sinto raiva de quem cometeu o atentado contra mim e eu costumo dizer que a minha maior vingança é promover a educação”, disse Malala, no evento em São Paulo. “Eu não sinto raiva. Quando você fala com raiva e violência, a mensagem é perdida. Quando você converte a energia da raiva em energia positiva ninguém pode te ignorar”.
Depoimento de uma das convidadas do evento:
“A visita de Malala ao Brasil foi inspiradora! Um dos momentos mais marcantes foi quando ela disse que crianças e adultos precisam continuar sonhando com um mundo melhor. Afinal, muitas mudanças já estão acontecendo! Acredito que temos que continuar sonhando para podermos lutar pelo presente e o futuro que desejamos.” – Flavia Doria, do Instituto Alana.
Fontes: Agência Brasil, G1 e Huffington Post.
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obrigada malala voçe e muito querida
Adora a história da Malala
obrigada malala
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