No Brasil, a classificação indicativa é uma das principais ferramentas de indicação de faixa etária. Mas há quem discorde das recomendações e prefira não cumpri-las.
por Joanna Cataldo
Na escola, Luiza G., de 10 anos, já está acostumada a ver as amigas assistindo a clipes de funk que tocam músicas com palavrões. “Acho que isso não é para a minha idade e, por isso, me sinto mal ao ver e estudar aqueles clipes”, diz.
Já Antônio B., de 14 anos, conta que, quando tinha menos de 12 anos, assistiu a filmes indicados para maiores de 16 anos, como “Tropa de Elite” e “Cidade de Deus”, mas não ficou impressionado. “Eles não me afetaram de maneira negativa. Na verdade, acho que aprendi com eles. Percebi, por exemplo, que o mundo não é só o que vemos e vivemos. Há coisas além”, conta.
Como cada pessoa reage de uma forma diferente a um livro, filme, música ou game, há várias discussões sobre os tipos de conteúdos que crianças e jovens podem ou não ter acesso. Menores podem assistir a programas de violência? Acompanhados dos pais, crianças podem entrar em qualquer sessão de cinema? Jovens podem ler livros de adultos?
No Brasil, a classificação indicativa é uma das principais ferramentas de indicação de faixa etária. Feito pela Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, o processo determina a idade recomendada para acesso a filmes, programas de televisão e jogos eletrônicos.
Segundo o órgão, a classificação é “um conjunto de informações dirigidas às famílias para que decidam sobre o acesso dos filhos ao conteúdo”, já que “ninguém melhor do que os pais para conhecer seus filhos.”
Sou pai… e agora?
No Festival Internacional de Cinema Infantil, crianças de todas as partes do Brasil assistem a filmes de países diferentes. Na 15ª edição, o evento passou por cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Natal e reuniu 125 produções de 25 nações.
A coordenadora pedagógica do festival, Lilia Levy, diz que, para entrarem na programação, os filmes devem contemplar uma série de critérios, com o objetivo de fazer com que os jovens tenham uma boa experiência no evento. “Quando vemos um conteúdo inadequado a qualquer criança (uma cena muito violenta ou muito dramática), nem colocamos para ser exibido”, diz.
No entanto, para Lilia, isso não quer dizer que os pais não possam avaliar o que funciona ou não para o seu filho. “Em um dia do festival, você pode ter 1400 crianças em um único cinema. É muito complicado definir o que é bom para cada uma delas. O ideal seria que antes de levar o filho para assistir a um filme no cinema, o pai assistisse ao trailer para saber se aquilo é adequado para o seu filho.”
É o que fez, por exemplo, Alexandra Golar, que decidiu por conta própria levar a filha, Luiza, para assistir ao filme Malévola. Na época, a menina tinha oito anos, e a classificação indicativa dizia que o longa era indicado pra pessoas a partir de 10 anos.
“Ela queria muito assistir. Então, pesquisei, falei com pessoas que já tinham visto o longa e acabei indo com ela assistir ao filme. No final, não tivemos nenhum problema”, conta Alexandra.
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Como os produtos são classificados?
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