Um grupo formado por jovens portugueses entre 8 e 21 anos resolveu processar, ou seja, entrar com uma ação na Justiça, 33 países europeus, que, segundo eles, estariam contribuindo para o aumento do aquecimento global. A acusação foi apresentada ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, em 3 de setembro. O órgão tem como função verificar se as nações estão cumprindo com os direitos humanos (saiba mais na edição 109 do Joca). De acordo com os jovens, as mudanças climáticas podem afetar o futuro deles e das próximas gerações e fazer com que seus direitos não sejam cumpridos.

Esta é a primeira vez que o tribunal recebe um caso relacionado a mudanças climáticas. A ação é movida com o apoio da organização não governamental (ONG) The Global Legal Action Network (Glan). Segundo o diretor da Glan, o objetivo é obrigar as nações europeias a tomar decisões mais firmes para diminuir o aquecimento global. Entre os países acusados pelo grupo estão Portugal, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e Espanha.

Lembranças de 2017
Quando a ação se tornou pública, os jovens fizeram uma chamada de vídeo comentando o processo. Na conversa, contaram o que os motivou. “Tenho consciência de que, à medida que envelhecer, serei exposta a ondas de calor que podem durar várias semanas. E isso me assusta muito”, disse Catarina Mota, de 20 anos.

Ela e outra participante, Cláudia Agostinho, de 21 anos, moram na cidade de Leiria, em Portugal, onde, no verão de 2017, incêndios florestais deixaram mais de 115 mortos. Embora a ciência ainda não tenha certeza se as chamas tiveram relação com o aquecimento global, alguns especialistas afirmam que as mudanças climáticas teriam levado à diminuição do volume de chuvas na região, o que aumentaria as chances de ocorrerem incêndios como os de 2017.

Fontes: Folha de S.Paulo e Glanlaw

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 157 do jornal Joca.

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