Ídolo do Corinthians e do Fluminense, Roberto Rivellino foi destaque da seleção brasileira por 10 anos, time que conquistou a Copa do Mundo de 1970 e que foi considerado o melhor do planeta, de todos os tempos. Camisa 11 do Brasil, hoje o ex-jogador de futebol dirige uma escola de futebol em São Paulo que
Ídolo do Corinthians e do Fluminense, Roberto Rivellino foi destaque da seleção brasileira por 10 anos, time que conquistou a Copa do Mundo de 1970 e que foi considerado o melhor do planeta, de todos os tempos. Camisa 11 do Brasil, hoje o ex-jogador de futebol dirige uma escola de futebol em São Paulo que ensina e revela novos talentos para o esporte
Quando era criança, já sonhava em ser jogador de futebol?
Não, antigamente era diferente, jogávamos na rua, em terrenos baldios, a gente se divertia muito mas não queria ser jogador. Eu gostava muito de jogar, gostava muito de bola e até dormia com ela. Naquela época, só ganhávamos presentes no aniversário e no Natal. Eu só pedia bola.
Então você tinha uma coleção de bolas?
Que nada. Antes a bola era feita com bexiga de boi que a gente pegava nos açougues. A bola de couro era rara, poucos tinham e ela desgastava muito na terra. Quando ganhei uma, cuidei com muito carinho para ela não furar e não descolar. Hoje as crianças têm muitas bolas e nem dão valor, não têm o mesmo cuidado que eu tinha. (A bola sintética só surgiu em 1974).
Você era bom aluno?
Gostava muito de educação física! Parei de estudar porque quando comecei a treinar no Corinthians, aos 15 anos, não tinha mais tempo. O futebol tomava o dia todo, saía de casa para treinar às 5 da manhã e voltava bem tarde.
E como começou a jogar?
Eu jogava no clube Banespa e no Clube Indiano, em São Paulo. Um diretor me viu jogar e pediu para meu pai me levar para treinar no Palmeiras. Fui e parece que gostaram do meu jogo.
Você é ídolo do Corinthians mas qual seu time de nascimento?
Minha família é toda palmeirense, pai, avô….
Qual foi seu gol mais bonito?
O gol é a coisa mais importante do jogo, então todos são bonitos. Mas claro que tem uns especiais. Eu fazia um drible que, quando dava certo, virava gol! No jogo entre Fluminense e Vasco, a bola passou embaixo do jogador do Vasco e eu logo chutei pro gol. Foi um gol muito bonito. Na Copa de 70, bati forte uma falta contra Tchecoslováquia que também foi um gol bem legal. E teve um também contra o América de São José do Rio Preto que demorou menos de 3 segundos. No meio do campo, o juiz apitou, me passaram a bola e eu chutei com tudo. Eu treinava essa jogada todo dia. Depois dos treinos no Parque São Jorge, eu pegava 3 bolas e chutava do meio de campo.
E já passou alguma vergonha, errou um pênalti ou jogada?
Se eu não dou elástico certo, quem toma o drible sou eu. No jogo do Corinthians contra o Atlético de Sorocaba, no Parque São Jorge, eu achei que ia dominar a bola do jogador Bazaninho. Mas ele me deu um chapéu e eu fui de cara no alambrado. E teve um lance na Copa de 70 contra Inglaterra que meu drible deu errado e torci meu tornozelo. Tive que enfaixar, foi um drible desconcertante.
Você tinha alguma mania antes de entrar em campo?
Entrava com pé direito, nunca entrei com pé esquerdo.
E quando perdia um jogo, qual era sua reação?
Eu ficava muito bravo, não gosto de perder nem par ou ímpar e ia dormir às 3, 4 horas da manhã. Mas tinha consciência tranquila porque fazia o melhor de mim. Temos que saber perder e lutar até o final.
Quais os melhores jogadores do mundo hoje?
Neymar, Cristiano Ronaldo e Messi.
O que acha da seleção brasileira hoje?
Decepcionante. A Copa do Mundo foi a mais vergonhosa . Nunca imaginei que o futebol brasileiro ia passar uma vergonha dessa. Eu vesti a camisa da seleção por 10 anos, foram 123 jogos e nunca tomei mais de 3 gols na vida. Nosso futebol arte não existe mais, estamos num momento ruim . Colocaria o um treinador diferenciado como Tite pra salvar essa situação.
E porque tantos jogadores vão para fora do país?
Lá se paga bem, eles cumprem o combinado. Na Europa eu vi a Champions League, e a qualidade do campo, a organização é incrível.
Quando está jogando e a torcida grita seu nome, isso ajuda ou atrapalha?
Depende do que gritam mas em geral é bom. Se estou mal e a torcida cobra, chama, é porque posso dar mais. Se não pudesse, ninguém ia nem chamar meu nome. Isso motiva muito.
Saiba mais:
Rivellino é tido como inventor do drible “elástico”, um movimento de vaivém com a bola usando o mesmo pé.
Rivellino Sport Center
Av. Roque Petroni Júnior, 759 – Brooklin, São Paulo. Tel (11 5183-8007
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