Durante protesto, a Fontana di Trevi, em Roma, na Itália, teve a água tingida de preto. Crédito de imagem: reprodução de Instagram

Em 18 de janeiro, a Itália aprovou uma lei que aumenta a penalização para quem danificar monumentos e o patrimônio cultural e histórico do país (edifícios, locais ou objetos tão importantes para a nação que devem ser preservados como estão).

As multas, antes de 1.500 a 15 mil euros, passaram para 40 mil euros (cerca de 214 mil reais) em caso de danos e 60 mil euros (320 mil reais) se houver destruição do monumento ou local. O valor poderá ser utilizado para a restauração do que foi danificado. 

O projeto foi apelidado de “lei dos ‘ecovândalos’” e surge em meio ao aumento de protestos que atingem obras de arte, monumentos e pontos turísticos da Europa. Em 2023, por exemplo: a água da Fontana di Trevi, em Roma, capital italiana, ficou preta após ativistas jogarem carvão vegetal nela; em Florença, também na Itália, o Palazzo Vecchio teve um pedaço da fachada pintada de laranja.

#pracegover: ativistas jogam carvão em água. Outras pessoas assistem e filmam o ato. Crédito de imagem: reprodução de Instagram

Grande parte das manifestações pede a interrupção do uso de combustíveis fósseis (que colaboram para o efeito estufa). Para os ativistas, os protestos podem surtir mais efeito após a repercussão em torno das obras e locais famosos atingidos.

Para Cauê Donato, museólogo e educador coordenador de museologia na organização Catavento Cultural e Educacional, a arte pode ser uma ferramenta para manifestações sociais, contanto que o motivo do protesto seja explicitado. 

“Acredito que a arte e a cultura refletem o tempo atual e as ebulições sociais. Então, as pessoas usam da arte para se manifestar, inclusive agindo contra a obra de arte. Isso, além de chamar a atenção, é capaz de nos fazer pensar qual o sentido para cuidarmos dos objetos. A interação através da arte pode ser um tipo de protesto, mas é importante que saibamos qual o debate proposto por quem questiona e age via protesto. A destruição pela destruição não é motivo”, ressalta ele.

Mona Lisa 

Mais recentemente, em 28 de janeiro, duas manifestantes pelo direito “à alimentação sustentável para todos” jogaram sopa no vidro blindado que protege o quadro Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, no museu do Louvre, em Paris, França. De acordo com as leis locais, elas poderão ser condenadas a pagar multa de 1.500 euros (8 mil reais).

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#pracegover: duas ativistas estão paradas diante do quadro Mona Lisa, que está sujo com a sopa. Crédito de imagem: reprodução de vídeo

Glossário

Combustíveis fósseis: materiais produzidos por meio da decomposição de seres vivos e que são capazes de gerar energia elétrica. Por exemplo: carvão mineral, petróleo e gás natural.

Efeito estufa: fenômeno que mantém o planeta aquecido, mas que é intensificado por gases poluentes, como dióxido de carbono. Ao serem liberados (por transportes que usam combustíveis fósseis e indústrias, por exemplo), esses gases sobem para a atmosfera terrestre e ficam “presos” ali, acumulando-se em uma espécie de camada. Essa camada impede o calor de sair da Terra e, ao ser intensificada pela ação humana, leva ao aquecimento global.

Fontes: G1, Folha de S.Paulo, Reuters, Folha de S.Paulo e G1.

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Comentários (1)

  • Luca Serafini

    2 meses atrás

    A Itália fez uma nova lei anunciando que as multas pagas pela destruição de arte e arquitetura valiosas aumentaram de 15.000 euros para 60.000 euros (cerca de 320.000 reais). mostra como os manifestantes jogaram sopa na Mona Lisa em protesto contra o uso de combustíveis fósseis.

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