Entenda as principais discussões sobre as duas áreas
Recentemente, nomes importantes do setor da tecnologia assinaram uma carta aberta pedindo que o desenvolvimento de ferramentas que usam Inteligência Artificial (IA) dê uma pausa de, ao menos, seis meses. A carta foi publicada, em 22 de março, pelo instituto Future of Life, centro de pesquisas dos Estados Unidos.
A ideia é pausar por um tempo as pesquisas com IAs mais avançadas do que o ChatGPT-4 para promover um desenvolvimento com políticas e estruturas mais seguras
O uso dessa tecnologia tem sido muito discutido, pois nem as principais empresas do ramo entendem completamente até onde ela pode chegar. A Itália, por exemplo, baniu temporariamente o ChatGPT por alguns receios, como o de que ele possa coletar dados dos cidadãos (como informações de pagamento). Já a desenvolvedora do Midjourney (IA geradora de imagens) restringiu o uso após fotos falsas terem sido criadas, como uma em que o papa Francisco veste um casaco de frio.
“Todas as tecnologias, quando surgem, estimulam nossa imaginação. Com os computadores houve todo tipo de receio. Na minha opinião, o maior risco envolvendo a IA é a ameaça à privacidade de dados. Não vejo o risco de ela se tornar autônoma e nós perdermos o controle”, diz o doutor Anderson Soares, coordenador do curso de IA da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Redes sociais
Além das IAs, há debates sobre as redes sociais e como elas afetam menores de idade.
Em Utah, nos EUA, novas leis foram criadas para restringir o uso nessa faixa etária. Elas entram em vigor em março de 2024 e querem diminuir as taxas de ansiedade e depressão nos jovens, além de protegê-los, por exemplo, do excesso de propagandas.
Pelo novo regulamento, as redes sociais devem lançar estruturas voltadas apenas para essa faixa de idade, priorizando, entre outras coisas: o controle dos pais sobre os perfi s dos fi lhos; impedir o contato de desconhecidos com menores de idade.
Para Marcelo Lopes, diretor pedagógico e cofundador da Foreducation EdTech (empresa que promove a utilização de tecnologias digitais nas escolas), a tecnologia não é uma vilã, e sim uma ferramenta que pode ser usada para o bem da sociedade ou para os interesses de quem a criou.
No Brasil, os governantes discutem uma regulamentação das redes sociais para que sejam espaços mais seguros para toda a sociedade. “A regulamentação das plataformas é um tema polêmico, mas devemos considerar as leis já existentes, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e garantir o bem-estar, a segurança e a privacidade dos jovens, além de protegê-los de propagandas e algoritmos (sequências de instruções que usam dados pessoais para personalizar o que cada usuário vê)”, conclui Marcelo.
O que eu penso sobre…
“Eu acho que a atitude do governo [de Utah] foi correta, pois tem muitos adultos que se passam por crianças nas redes sociais e as crianças ficam expostas. Além disso, não podemos esquecer que ficar muito tempo nas redes sociais é prejudicial para todos.” Davi K., 10 anos, Paulínia (SP)
“Essa lei ajudará crianças e pais a controlar de forma saudável o uso das redes sociais — elas não proíbem, e sim criam formas de controlar o uso desregrado. Apoio outros países a aderir.” Marina I., 13 anos, São Paulo (SP)
Fontes: Agência Brasil, Exame, Folha de S.Paulo, Future of Life Institute, Garante Privacy e Social Media Utah.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 203 do jornal Joca.
Ainda não é assinante? Assine agora e tenha acesso ilimitado ao conteúdo do Joca.
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.