Por Martina Medina Associação Indígena Kĩsêdjê, que reúne índios do município de Querência, no Mato Grosso, é uma das ganhadoras do Prêmio Equatorial 2019, da Organização das Nações Unidas (ONU), anunciado em junho. O grupo, formado por cinco aldeias, plantou árvores de pequi em uma área desmatada e produz óleo a partir desse fruto típico do cerrado brasileiro. O prêmio
Por Martina Medina
Associação Indígena Kĩsêdjê, que reúne índios do município de Querência, no Mato Grosso, é uma das ganhadoras do Prêmio Equatorial 2019, da Organização das Nações Unidas (ONU), anunciado em junho. O grupo, formado por cinco aldeias, plantou árvores de pequi em uma área desmatada e produz óleo a partir desse fruto típico do cerrado brasileiro.
O prêmio seleciona as melhores iniciativas de desenvolvimento sustentável a cada dois anos. Nesta edição, 847 candidatos, de 127 países, inscreveram-se. Apenas 22 projetos saíram campeões, e seus representantes vão participar da cerimônia de premiação em Nova York, nos Estados Unidos, no dia 24 de setembro. Desde 2002, 17 entidades brasileiras venceram a competição.
A iniciativa da Kĩsêdjê
No ano passado, uma área de 6.200 hectares (equivalente a 5,7 mil campos de futebol) foi desmatada por fazendeiros em Querência, segundo dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os indígenas recuperaram as florestas plantando pequizais.
O pequi, fruto de cor alaranjada, serve como alimento para essa população, que também produz óleo a partir dele. A colheita acontece entre outubro e dezembro. Em 2018, a produção de 315 litros do óleo pela Kĩsêdjê bateu recorde. O produto é vendido no Brasil e, neste ano, deve passar a ser exportado para uma empresa nos Estados Unidos.
Como é feito o óleo?
– Homens e mulheres se reúnem para coletar os frutos na aldeia e em áreas próximas. Parte do grupo recebe o pequi, que é cortado e tem a polpa (parte interna do fruto) separada das sementes em bacias de metal.
– Para extrair o óleo, os membros da associação cozinham a polpa e a batem com água. A mistura passa por um processo de decantação, no qual o óleo é separado da água e da polpa por alguns dias. Por fim, o óleo é filtrado e colocado em garrafas.
A ASSOCIAÇÃO INDÍGENA KĨSÊDJÊ (AIK):
PLANTOU
2006
263 pés de pequi em 4 hectares
2018
3 mil pés de pequi em 63 hectares
PRODUZIU
2014
Menos de 50 litros de óleo de pequi
2018
Cerca de 315 litros de óleo de pequi
A produção de óleo de pequi pela AIK começou em 2011, com o apoio de entidades como o Instituto Socioambiental (ISA).
Outro campeão brasileiro
O Conselho Indígena de Roraima também venceu o Prêmio Equatorial deste ano. Segundo a premiação, o órgão garantiu o direito de 55 mil indígenas a 1,7 milhão de hectares de terras tradicionais, além de conservar uma grande variedade de sementes cultivadas por esses povos.
Onde vive o povo Kĩsêdjê?
Na Terra Indígena Wawi, reconhecida pelo governo federal em 1998. A região fica no Parque Indígena do Xingu, na bacia do rio Pacas.
Fontes: Equator Prize 2019, Instituto Socioambiental, G1 e Povos Indígenas no Brasil.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 134 do jornal Joca.
Legallllll Fhffhgf
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.