No dia 22 de março, um grande incêndio atingiu Balukhali, um campo de refugiados que abriga a população rohingya no distrito de Cox’s Bazar, em Bangladesh. O incidente deixou 15 pessoas mortas, 560 feridas e 400 desaparecidas. Pelo menos 10 mil abrigos foram destruídos, levando 50 mil pessoas a deixar o local.

Os rohingyas fazem parte de uma minoria de religião muçulmana em Mianmar, país de maioria budista e vizinho a Bangladesh. Eles têm língua e cultura próprias e começaram a chegar a Mianmar a partir do século 12. Mianmar é acusado pela Organização das Nações Unidas (ONU) de perseguir e assassinar essa população por suas diferenças culturais (saiba mais na edição 119 do Joca). A situação levou os rohingyas a buscar refúgio em outras nações.

Quase um milhão de rohingyas vivem em condições precárias, como moradias improvisadas e falta de acesso à luz e água, em campos para refugiados localizados em Cox’s Bazar, em Bangladesh, desde 2017, quando a repressão contra eles se intensificou em Mianmar.

As causas do fogo ainda não foram descobertas, segundo as autoridades. Em janeiro deste ano, outros dois grandes incêndios atingiram os campos, deixando milhares de rohingyas sem casa, além de destruir quatro escolas.

Até agora, a agência da ONU para refugiados, Acnur, diz ter providenciado, entre outros itens, 3 mil cobertores e 10.400 equipamentos de cozinha para as pessoas afetadas pelo incêndio. Mas, segundo a agência, ainda falta muito para conseguir os 294,5 milhões de dólares (cerca de 1,6 bilhão de reais) necessários para que essa população seja atendida de forma satisfatória em Bangladesh — apenas 16% desse valor teria sido arrecadado até o momento.

Fontes: Acnur, DW, Época, G1 e The Guardia

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 167 do jornal Joca.

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