Para a comunidade internacional, a decisão pode dificultar o processo de paz entre israelense e palestinos.
Os Estados Unidos inauguram neste dia 14, em Jerusalém, sua embaixada (presença oficial de uma nação dentro de outra nação). A decisão do presidente norte-americano Donald Trump, anunciada em dezembro, desagradou a ONU (Organização das Nações Unidas) e milhares de palestinos protestam contra.
Até agora, a comunidade internacional concordava em não reconhecer Jerusalém como capital palestina ou de Israel. O objetivo era esperar que as duas partes, envolvidas em uma disputa de território no Oriente Médio, chegassem a um acordo de paz.
Na prática, a cidade é dividida entre lado ocidental, com maioria israelense, e oriental, de maioria árabe. Os palestinos querem transformar a parte oriental na capital de seu futuro Estado. Já Israel a considera sua “capital eterna” e não quer dividi-la.
Para não tomar partido nesta disputa, a maioria dos países mantêm suas embaixadas em Tel Aviv, a segunda maior cidade de Israel. Seguindo os EUA, Guatemala e Paraguai foram os únicos a anunciar que vão mudar suas embaixadas para Jerusalém.
Violência
Com a decisão, Trump se antecipa ao reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. A posição dos Estados Unidos é vista como favorável aos israelenses. Tanto os países a favor dos EUA, como os que são contra, entendem que a atitude dificulta que os palestinos aceitem a mediação norte-americana pela paz na região.
Os países também temem que a decisão dos EUA provoquem uma nova onda de violência na região. Protestos na fronteira entre a faixa de Gaza e Israel contra a decisão deixaram cerca de 60 palestinos mortos e mais de dois mil feridos nesta segunda-feira.
Este é o maior número de mortos em um mesmo dia em confrontos entre Israel e palestinos desde 2014, segundo a agência de notícias Associated Press.
Entenda o conflito árabe-israelense
A criação do Estado de Israel completa 70 anos hoje. Criado em 1948 pela ONU, Israel previa a divisão do então território da Palestina em dois Estados: um árabe e um judeu.
No entanto, a Palestina não aceitou a resolução e os líderes judeus decretaram sua independência. Logo em seguida, os árabes decretaram a guerra árabe-israelense.
Leia mais: 6 questões para entender a polêmica envolvendo Jerusalém
Ainda não é assinante? Assine agora e tenha acesso ilimitado ao conteúdo do Joca.
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.