Por Joanna Cataldo Milhões de pessoas saíram às ruas pelo mundo na sexta-feira, dia 20 de setembro, para cobrar dos políticos ações mais firmes para combater as mudanças climáticas. Estima-se que 185 países tenham participado dos protestos. O principal objetivo da greve foi pressionar os líderes mundiais presentes na Cúpula de Ações Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), em
Por Joanna Cataldo
Milhões de pessoas saíram às ruas pelo mundo na sexta-feira, dia 20 de setembro, para cobrar dos políticos ações mais firmes para combater as mudanças climáticas. Estima-se que 185 países tenham participado dos protestos.
O principal objetivo da greve foi pressionar os líderes mundiais presentes na Cúpula de Ações Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), em 23 de setembro, em Nova York, nos Estados Unidos. Convocada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, a reunião tem como meta incentivar chefes de governo, empresários e líderes a agirem de forma mais intensa no combate às mudanças climáticas.
A manifestação é inspirada na iniciativa da sueca Greta Thunberg, de 16 anos. Em agosto de 2018, ela começou a faltar às aulas todas as sextas-feiras para ir sozinha à frente do Parlamento da Suécia cobrar ações mais eficazes dos políticos contra as mudanças climáticas. Aos poucos, jovens de todo o planeta começaram a seguir o exemplo dela e faltar às aulas nesse dia da semana para pressionar as autoridades e cobrar medidas contra o aquecimento global. O movimento foi chamado de Fridays for Future (em português, Sextas Pelo Futuro).
Protestos no Brasil
Foram registradas manifestações em pelo menos oito estados (Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais, Ceará, São Paulo, Maranhão e Alagoas), além do Distrito Federal. Em São Paulo, o protesto aconteceu na avenida Paulista.
Os manifestantes levaram cartazes e muitas pessoas usavam máscaras para demonstrar a dificuldade em respirar por causa da poluição. A principal reivindicação dos participantes foi pela proteção da floresta amazônica, que registrou aumento no número de queimadas nos últimos meses (saiba mais na edição 136 do Joca).
O que aconteceu na cúpula do clima da ONU, em 23 de setembro?
– Líderes de mais de 60 países participaram do evento.
– Greta Thunberg discursou na cúpula e atacou os líderes, acusando-os de não adotar ações efetivas para impedir as mudanças climáticas. “Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias”, disse.
– O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que seu país e entidades internacionais como o Banco Mundial vão levantar 500 milhões de dólares (aproximadamente 2 bilhões de reais) para a proteção de florestas tropicais, incluindo a Amazônia.
– A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, prometeu dobrar as verbas para o fundo de proteção climática do seu país.
Raio X de Greta Thunberg
– Foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz deste ano (dado a pessoas que se mobilizam para promover a paz e um dos maiores reconhecimentos que uma pessoa pode ganhar).
– O ato do dia 20 de setembro foi a 57ª manifestação da sueca pelo clima.
– A primeira vez em que ouviu falar sobre mudanças climáticas foi aos 8 anos. Na escola, ela assistiu a um filme sobre plásticos nos oceanos e ursos afetados pelo aquecimento global e ficou muito impressionada.
– Quando tinha 11 anos, foi diagnosticada com a síndrome de Asperger – parte do espectro do autismo, que envolve diferentes situações e níveis ligados ao relacionamento social. “Basicamente, isso significa que só falo quando julgo necessário”, explicou Greta em palestra em Estocolmo, na Suécia, em 2018. “Para nós, autistas, quase tudo é preto e branco. Normalmente não mentimos e não gostamos de participar de jogos sociais, que parecem tão atraentes à maioria de vocês”, afirma a jovem no livro Nossa Casa Está em Chamas.
O que diz Greta Thunberg
“Eu aprendi que nunca somos pequenos demais para fazer a diferença.”
“Nossa civilização está sendo sacrificada pelo interesse de um pequeno grupo de pessoas em continuar recebendo enormes quantias de dinheiro.”
“A maioria dos políticos não quer falar conosco. Está bem, nós também não queremos falar com eles. Queremos que falem com os cientistas, que os escutem, porque nós repetimos o que eles vêm dizendo há décadas.”
Crianças no protesto em São Paulo
“Acho que precisamos reduzir as emissões de carbono e procurar por recursos que sejam melhores do que os combustíveis fósseis”, Frederico T., 13 anos
“Eu que fiz esta placa. Uma criança vai ser adulta um dia e vai continuar lutando, como fazia quando era criança”, Olívia G., 10 anos
“Eu trouxe este tecido para representar que as águas estão pedindo socorro”, João Pedro M., 9 anos
Sabia que o Dia Mundial da Limpeza foi em 21 de setembro, com ações pelo mundo todo? Saiba mais no site do Joca: jornaljoca.com.br
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 138 do jornal Joca.
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