Dois gatos curiosos, chamados Práxedis e Roque, aventuram-se por um bairro de São Paulo conhecendo novos lugares e histórias. Essa é a premissa do primeiro livro infantil de Fernanda Grigolin, As Aventuras de Práxedis e Roque Pelo Ipiranga, ilustrado por Juleeika e lançado pela editora Tenda de Livros. A obra aborda fatos históricos do Brasil, além de temas como amizade e inclusão durante a infância. Leonardo F., 10 anos, participante do Clube do Joca, entrevistou Fernanda para saber mais sobre o processo criativo do livro. Confira:

#pracegover: capa do livro é cor-de-rosa e tem dois gatos ilustrados, um preto e um branco, sentados sobre livros. Crédito de imagem: divulgação

Você sempre quis ser escritora? 

Quando era pequena, eu gostava muito de ler. Eu era uma criança muito tímida, os livros eram meus companheiros. Meu pai morreu quando eu era muito nova, então tinha essa companhia, o meu lugar no mundo. Eu me sentia muito confortável nas bibliotecas. Além disso, gostava muito de gravar historinhas. Passei a me imaginar como jornalista, mas ainda não como escritora. Eu fui fazer jornalismo, depois me reinventei no meio das artes, fui trabalhar com fotografia, rádio, fiz mestrado e doutorado. E em algum momento me tornei escritora. Mas os meus livros sempre trabalham com a imagem também. Ou eu fazendo as imagens, ou convidando alguém para produzi-las.

E como foi a ideia de criar esse livro? Qual foi a sua inspiração? 

A minha inspiração foram meus gatos, Práxedis e Roque. Quando eu decidi montar meu ateliê, com todas as obras que colecionei por mais de 20 anos, adotei o Roque. Para ele não ficar sozinho, porque é um gato que adora companhia e fazer tudo junto, eu adotei o Práxedis. Eles são muito tranquilos e brincalhões. Quando eu decidi fazer uma tatuagem dos dois, chamei minha amiga ilustradora Juleeika e, durante as reuniões para decidir o desenho da tatuagem, falei para ela: “Por que a gente não aproveita e faz um livro?”. Então ficamos quase um ano produzindo juntas, eu escrevendo e ela ilustrando. Naquele momento fiquei um pouco temerosa por ser um livro infantil. Comecei a pesquisar muito, ler sobre livros e literatura infantil, porque acho que é muito difícil escrever para crianças. O universo infantil é muito mais profundo do que o dos adultos.

#pracegover: um gato com pelos em tons de marrom e um gato preto estão abraçados e sentados em um sofá. Ao fundo está o livro. Crédito de imagem: reprodução

E por que você escolheu esses nomes para seus gatos? Como você escolheu? 

O Roque é uma homenagem a um mestre de cultura oriental que eu tive por muitos anos. Roque sempre foi destemido, desbravador. Práxedis é inspirado em um revolucionário mexicano que eu gostava muito de ler quando morei no México — e sempre imaginava que fi caria superlegal ter um gato preto chamado Práxedis Guerrero.

Por que o livro fala exatamente do bairro Ipiranga? 

Porque eu moro aqui e desde sempre pesquisei a história do bairro. Sempre foi algo importante para mim. Eu quis olhar para o bairro além do que as pessoas trazem, explorar essa relação com o meu dia a dia, memórias que tenho e a história do lugar.

Do que você mais gosta do seu bairro? 

Das casinhas antigas que estão sendo demolidas cada vez mais. Eu tenho um desejo de conseguir comprar uma dessas casinhas para fazer uma biblioteca comunitária, de uso coletivo, um arquivo… É um grande sonho meu. 

#pracegover: foto em preto e branco de Fernanda. Ela está parada e com os braços abraçados, neles é possível ver uma tatuagem dos gatos sentados sobre livros. Ela veste uma blusa florida e usa óculos de grau. Crédito de imagem: reprodução

Como foi apresentar o livro na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip)? 

Foi uma experiência nova. Eu já participei de muitas feiras, mas nunca tinha participado da Flip e me senti muito respeitada e acolhida durante o lançamento. Tinha muitas pessoas, crianças, é uma “enchente” de gente. Foi uma experiência que me preencheu o coração.

Você pretende escrever mais livros para crianças? 

Eu tenho vontade de fazer muitas coisas voltadas para o público infantil. Eu sempre quis fazer um quebra-cabeça, com muitas unidades e acessível para crianças. Também penso em jogos, até mesmo baseados no livro, porque ele traz imagens de São Paulo, do Ipiranga, então queria criar algo que interligasse de maneira interativa essas imagens com a história e o contexto de lugares brasileiros.

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