Desde a madrugada do dia 14 de janeiro, o Rio de Janeiro enfrenta fortes chuvas, que já causaram 12 mortes e deixaram uma pessoa desaparecida. O temporal atingiu principalmente a região metropolitana da cidade, a zona norte e também municípios da Baixada Fluminense, como Belford Roxo, Nova Iguaçu e Duque de Caxias. Segundo o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, a pessoa desaparecida é da cidade de Belford Roxo.

“Eu me solidarizo com as famílias das 12 vítimas que tivemos até agora. Ainda estamos no trabalho de tentar achar a pessoa que está desaparecida (…) apesar de não termos dúvidas do avanço que tivemos, quando ainda temos uma pessoa que perde a vida pelo mesmo motivo cinco, dez, 20 anos depois, é porque ainda temos muito o que evoluir”, declarou Cláudio Castro, governador do estado do Rio de Janeiro. 

As enxurradas causaram alagamentos em diversos bairros, deslizamentos de terra e a interdição de diferentes vias de acesso à cidade. O prefeito Eduardo Paes decretou situação de emergência no município do Rio de Janeiro. Nova Iguaçu e Duque de Caxias também estão sob o mesmo alerta. 

Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Civil, foram mais de 260 ocorrências enviadas ao Corpo de Bombeiros, incluindo chamadas de resgate, queda de árvores, inundações, desabamentos e pontos de alagamento em diversos bairros da capital. Muitos dos resgates foram feitos com o auxílio de barcos e jet-skis. 

A avenida Brasil, principal da capital fluminense, foi totalmente interditada após vários carros ficarem presos durante uma enchente no bairro de Irajá, zona norte do Rio, mas agora já está liberada. Diversas linhas de ônibus foram interrompidas e estações de metrô da cidade, fechadas. De acordo com dados da Estação Meteorológica Anchieta, foram registrados, no dia 14 de janeiro, cerca de 259,2 milímetros de chuva, um recorde histórico desde 1997. 

Em consequência das fortes pancadas de chuva, o sistema de energia também foi afetado, causando diversas descargas elétricas. O Hospital Ronaldo Gazolla, localizado no bairro de Acari, chegou a ficar seis horas sem energia e com o subsolo inundado, o que influenciou nos atendimentos do centro médico. 

Segundo Castro, já há uma mobilização entre as prefeituras do estado. Em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social e dos Direitos Humanos, está sendo montado, em Duque de Caxias, um centro para distribuição de alimentos que serão entregues em abrigos e aos afetados pelas chuvas. Além disso, itens como colchões e roupas estão sendo oferecidos àqueles que ficaram desabrigados com as enchentes. 

A Prefeitura do Rio de Janeiro também informa que cem agentes da Secretaria de Assistência Social foram encarregados no auxílio de moradores que perderam sua casa, enquanto outros funcionários atuam na limpeza e desobstrução de vias da cidade.

Previsões climáticas indicam que, na tarde do dia 15, podem voltar a ocorrer pancadas de chuvas no Rio de Janeiro. De acordo com especialistas, a intensidade das tempestades que atingiram o Rio se dá principalmente por uma frente fria vinda do Sudeste e que também passou por São Paulo. Ao se encontrar com uma área de baixa pressão atmosférica, a frente foi ainda mais acentuada pelas fortes temperaturas que estão sendo registradas na cidade nos últimos dias, o que causou o enorme volume de água.

Glossário: 

Pressão atmosférica: pressão que a atmosfera exerce sobre a superfície terrestre.

Fontes: O Globo, G1, CNN, Folha de S.Paulo, Defesa Civil do Rio de Janeiro e Estadão.

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