O incêndio que atinge o Pantanal há mais de 40 dias chegou ao Parque Estadual Encontro das Águas, na cidade de Poconé, estado do Mato Grosso, em 7 de setembro. O parque tem a maior concentração de onças-pintadas do mundo, segundo o governo estadual.

Cerca de 85% da área do parque foi queimada até agora, de acordo com o Instituto Centro de Vida (ICV). Dos 108 mil hectares do local, 92 mil foram atingidos pelas chamas (1 hectare representa mais ou menos o mesmo tamanho de um campo de futebol).

O Corpo de Bombeiros afirma que enviou mais duas equipes, no dia 8 de setembro, para ajudar os 46 bombeiros que já combatiam o fogo por lá. De acordo com a entidade, seis aeronaves fazem parte da operação e cerca de 30 mil litros de água já foram utilizados para conter o incêndio. O objetivo é impedir que o fogo chegue à região leste do parque, onde está o refúgio das onças-pintadas.

Queimadas
No total, 136 pessoas — entre bombeiros e outros trabalhadores — participam do combate aos incêndios no Pantanal. A prioridade é proteger pousadas, fazendas e pontes de madeira da Rodovia Transpantaneira. A operação começou no dia 7 de agosto.

Este ano, os focos de queimadas no Pantanal aumentaram 240% em comparação com 2019, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) — saiba mais na edição 155 do Joca. Dados divulgados por veículos de imprensa, como Folha de S.Paulo e G1, atribuídos ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mostram que a área queimada na região em 2020 já passa de 2,3 milhões de hectares — maior do que o território de Sergipe. O Joca entrou em contato com o Ibama, que não confirmou a informação até o fechamento desta edição.

Provocado, muitas vezes, pela atividade humana para queimar lixo e preparar terreno para plantação, o incêndio se alastra com o clima seco, o calor e os fortes ventos na região.

Parque Estadual
Encontro das Águas Criado em 2004, fica a mais de 100 quilômetros de Cuiabá, capital do Mato Grosso. O local foi estabelecido para proteger a fauna e flora regional e atrai turistas que querem observar onças-pintadas durante passeios de barco nos rios Cuiabá e Piquiri. O melhor período de observação é entre julho e setembro, época da seca. Nesses meses, a espécie se aproxima das margens dos rios em busca de água e alimentos. Assim, é mais fácil ver o animal de dentro do barco.

O episódio 31 do podcast Revisteen também fala sobre os incêndios no Pantanal: spoti.fi/35M81SC

Fontes: Agência Brasil, CNN Brasil, Folha de S.Paulo, G1, ICV, governo do Mato Grosso, O Eco, Repórter MT, União Internacional Para Conservação da Natureza, UOL e WikiParques.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 157 do jornal Joca.

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