finlândia suécia otan 188
Sauli Niinistö (à esquerda), presidente da Finlândia, e Magdalena Andersson, primeira-ministra da Suécia (à direita), com Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, em 19 de maio. Os líderes europeus tiveram um encontro com Joe Biden, presidente dos EUA, e membros do congresso norte-americano após pedido para integrar a Otan. / #pracegover: Sauli Niinistö, Magdalena Andersson e Nancy Pelosi se cumprimentam. Há três bandeiras do Estados Unidos hasteadas ao fundo. Crédito de imagem: DREW ANGERER/GETTY IMAGES

Em 18 de maio, a Finlândia e a Suécia entregaram pedidos para participar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). As nações, que ficam perto da Rússia (veja no mapa) e temem que o país as ataque, assim como fez com a Ucrânia, buscam proteção na Otan.

Uma regra do bloco diz que, caso um dos membros seja atacado, todas as nações participantes devem ajudá-lo a se defender, oferecendo equipamentos e tropas militares. Com isso, um membro da Otan tem vantagens em relação a um inimigo que não seja parte da organização. Integrar a Otan garantiria, então, mais segurança aos dois países.

A decisão da Finlândia e Suécia já é considerada histórica. Ambos os países costumam ficar neutros em conflitos externos, mas, desta vez, mostraram-se contrários à Rússia. O governo russo, por sua vez, encarou os pedidos para participar da Otan como ameaças ao seu território. Autoridades locais têm declarado que, dependendo do que aconteça no futuro, podem adotar medidas contra as duas nações. No entanto, ainda não está claro se os russos de fato vão reagir e de que maneira.

Relação com o conflito na Ucrânia
César Albuquerque, doutorando em história pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Laboratório de Estudos da Ásia (LEA-USP), diz não acreditar que a decisão da Finlândia e Suécia possa impactar na guerra agora. Porém, segundo ele, as solicitações aumentaram a força da Otan.

“De um lado, a adesão da Finlândia e Suécia parece ir na mesma direção do discurso do governo ucraniano e de outras autoridades políticas, de que a entrada na Otan representa a única garantia de segurança diante da Rússia. A possibilidade de um acordo em que a Ucrânia aceite se comprometer a não integrar o bloco parece ainda mais difícil”, afirma César — relembre a possível entrada da Ucrânia na Otan na edição 183. “Ao mesmo tempo, a participação de mais países na Otan pode ser utilizada pelos russos como mais um argumento para o seu discurso de que a expansão do grupo ameaça sua própria segurança.”

O que é a Otan?
Bloco que atua para garantir a segurança dos membros que o integram, atualmente formado por 30 nações, incluindo países com grande capacidade militar (tropas e equipamentos), como Estados Unidos e Reino Unido. A Otan surgiu em 1949, durante a Guerra Fria (1947-1991), período em que EUA e Rússia (na época, integrante da União Soviética – URSS) viviam em tensão. A organização foi criada, entre outras razões, para que nações aliadas se ajudassem e garantissem que a URSS não dominasse mais territórios.

Apesar de a URSS ter se dissolvido em 1991, a Otan seguiu existindo. Para o governo russo, o bloco até hoje representa uma ameaça, assim, não quer que nações que ficam próximas à Rússia, como Ucrânia e Finlândia, façam parte da Otan. De acordo com as autoridades russas, isso facilitaria ofensivas contra o seu território. A organização, no entanto, nega ter pretensões de atacar o país.

Como entrar na Otan?
É preciso que o país siga alguns protocolos e requisitos, como ser uma democracia (sistema em que a população vota nos representantes políticos). Todas as nações que já fazem parte do bloco devem aceitar o novo membro. Então ele é aprovado.

Fontes: BBC, CNN, G1, Nexo, Reuters e UOL.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 188 do jornal Joca.

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