Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, em 2050, a produção anual de resíduos sólidos domiciliares será de 3,8 bilhões de toneladas
Por Pedro Oliveira
De acordo com o relatório “Global waste management outlook 2024” (“Panorama global do manejo de resíduos 2024”), divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 28 de fevereiro, o volume de lixo gerado pelas residências no mundo deve crescer em 80% até 2050, quando haverá a produção de 3,8 bilhões de toneladas de resíduos sólidos domiciliares por ano.
O documento ainda destaca que, atualmente, 40% desse tipo de resíduo não recebe destino adequado: vai parar em lixões ou é queimado a céu aberto, desperdiçando material que poderia ser reciclado e gerando Gases de Efeito Estufa (GEEs, entenda mais na página 3).
Outro ponto apresentado é de que o ideal seria manter a produção de lixo em 2 bilhões de toneladas por ano, ainda que a população mundial cresça. Para isso, seria necessário aumentar o índice de reciclagem no mundo. Hoje, a média global de reciclagem é de 19% do lixo gerado — para atingir o cenário desejado seria preciso alcançar 60%.
Em entrevista ao Joca, Izabel Cristina Bruno Bacellar Zaneti, doutora em desenvolvimento sustentável pela Universidade de Brasília (UnB), explicou que há muitas maneiras de reduzir a produção de resíduos. “Podemos escolher o que tem menos embalagens na hora de comprar, levar ao mercado a própria sacola e dispensar a sacolinha plástica e até ter uma horta orgânica para fazer compostagem [método que recicla, por exemplo, restos de alimentos, transformando-os em adubo natural] em casa”, disse.
SITUAÇÃO DO BRASIL
O relatório aponta que a nossa produção de lixo domiciliar deve alcançar 120 milhões de toneladas ao ano em 2050, o que representaria um crescimento de 50% em relação aos números atuais. O país ainda enfrenta o problema da falta de acesso à coleta de lixo: um em cada 11 brasileiros não dispõe do serviço. Com isso, estima-se que mais de 5 milhões de toneladas de resíduos deixem de ser coletadas por ano no Brasil, sendo descartadas em locais inapropriados e contaminando o solo.
FONTES: AGÊNCIA BRASIL, TV CULTURA E ONU
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 219 do jornal Joca.
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