Pesquisa sugere que percepção tem forte influência na capacidade de memorizar
UM ESTUDO PUBLICADO em 13 de maio na revista científica Nature, por pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, investiga por que o cérebro humano se lembra de algumas coisas com mais facilidade e se esquece de outras. Segundo o estudo, um dos elementos que determinam se uma imagem ou acontecimento serão lembrados posteriormente é a capacidade de percepção, ou seja, de identificar e interpretar aquilo que se vê, ouve ou sente.
No desenvolvimento da pesquisa, participantes voluntários assistiram a uma sequência rápida de imagens geradas por computadores. Depois, os cientistas pediram que o grupo reconstruísse, individualmente, o maior número de cenas de que conseguisse se recordar. Os resultados revelaram que as imagens mais surpreendentes e inusitadas eram lembradas mais facilmente, enquanto cenas comuns do dia a dia eram mais esquecidas. “A mente prioriza se lembrar de coisas que não é capaz de explicar muito bem. Se uma cena é previsível e não surpreendente, pode ser ignorada”, diz Ilker Yildirim, um dos autores do artigo, em nota oficial.
Outro estudo, publicado em 14 de abril no jornal Neurobiology of Learning and Memory, revelou resultados semelhantes: algumas imagens são memoráveis para um maior número de pessoas do que cenas mais habituais.
Essa pesquisa investigou ainda se, para além da percepção, há outras determinantes para a memorização, como a emoção e o horário do teste (se foi feito logo após a sequência de imagens ou horas depois). “Os resultados sugerem que é necessária uma consideração cuidadosa sobre o que torna uma imagem memorável e que isso pode depender de quais aspectos dela são mais marcantes”, conclui o estudo.
“Ao ler o estudo, observei que não damos atenção aos detalhes do nosso dia; ele incentiva a olhar ao redor com mais atenção (…). Eu memorizo quase tudo que vejo, como paisagens, lugares e objetos. Uma das principais ferramentas que utilizo é associar o que vejo com cores, palavras, barulhos, movimentos e modos de organização (…).” Sofia V., 12 anos, integrante do Clube do Joca.
FONTES: NATURE, MEDICAL XPRESS, SCIENCEDIRECT E REVISTA GALILEU.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 224 do jornal Joca.
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