Nas Olimpíadas Paralímpicas de Tóquio, em 2022, haverá 537 disputas de medalhas. Foto: Jono Searle via Getty Images

Por Bruna Somma

Aproximadamente 45 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência no Brasil, de acordo com pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Felipe Amorim, de 17 anos, e Samuel de Oliveira, de 13 anos, encontraram no esporte uma maneira de superarem algumas limitações da deficiência física. Conheça a história deles neste 21 de setembro, Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência.

Aos fins de semana, Felipe conta sair com os amigos ou namorada. Foto: Acervo pessoal

Felipe Amorim, 17 anos, não possui as pernas nem os braços desde que nasceu. Isso não o impediu de praticar natação desde cedo. Ele já conquistou três medalhas de ouro no esporte em competições escolares.  

Felipe estuda em uma escola comum e afirma que não há receio em conviver com seus colegas de classe, mas que percebe preconceito na rua. “No meu colégio nunca sofri bullying. Já estudo lá há 7 anos e a relação sempre foi boa. Mas na rua a gente percebe os olhares”, diz.

 

A família de Felipe o apoia em atividades diárias. Foto: Acervo pessoal

Segundo dados do Censo Escolar da Educação Básica 2017, 40% de crianças com deficiência são atualmente incluídas em classes regulares.

Em vigor desde 2016, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) prevê, por exemplo, que nas escolas inclusivas, é indispensável que o conteúdo e as aulas sejam ministrados em libras, língua usada por pessoas com surdez.

 

 

Samuel e a natação

Há 3 anos a natação faz parte da vida de Samuel. Foto: Acervo pessoal

Nadar é uma das atividades favoritas de Samuel de Oliveira, de 13 anos. Segundo depoimento de Edna de Morais, professora do garoto, em um vídeo, “ele tem um grande futuro como atleta paraolímpico”.

Samuel, que não tem braços, treina há 3 anos no Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, incluindo a modalidade de nado sincronizado. A instituição promove competições entre os atletas anualmente. Sobre os campeonatos, “na hora dá uma travada, mas consigo”, garante ele.

Ele conta também o quanto gosta de jogar videogame – com os pés -, e se diz independente na maior parte do tempo.

Ambos têm ligação com a Organização Não Governamental (ONG) Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Felipe faz terapia no instituto e já recebeu doações de próteses de lá.

Nas Olimpíadas Paralímpicas de Tóquio, em 2022, haverá 537 disputas de medalhas. Foto: Jono Searle via Getty Images

De acordo com o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), o basquete em cadeira de rodas foi a primeira modalidade paraolímpica a ser praticada, em 1958, no Rio de Janeiro. Atualmente, os Jogos Paralímpicos acontecem nos mesmos anos que os Jogos Olímpicos.

Em 2014, foi constatado pela Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) que a maioria das prefeituras não incentiva políticas de acessibilidade física para pessoas com deficiência (78%). A AACD incentiva a prática de esportes paraolímpicos para crianças e jovens desde 2013, assim como outras organizações.

Corrida de inclusão

Entre os dias 10 e 11 de outubro, a escola municipal de ensino fundamental “Professor Laerte José dos Santos”, em Osasco, São Paulo, organizou uma corrida em comemoração ao Dia das Crianças (12 de outubro). O evento teve a participação de 690 alunos, incluindo os que possuem algum tipo de deficiência. No primeiro dia, foi a vez de estudantes do 1º, 2º e 3º anos. No segundo, participaram os alunos do 4º e 5º anos.

Além de promover inclusão entre as turmas, a iniciativa teve o objetivo de estimular a prática esportiva. Na escola, entre os 715 alunos matriculados em 25 classes, 24 têm algum tipo de deficiência – dez deles participaram da atividade. Há cadeirantes, crianças diagnosticadas com paralisia cerebral, Síndrome de Down, entre outros. Todos participaram do evento respeitando seus limites.

A corrida aconteceu ao redor da escola, em um trajeto de 300 metros. Quatro alunos participavam a cada rodada. Houve também quem correu com ajuda dos pais, como Amanda, de 11 anos. Com paralisia cerebral e o auxílio de muletas para andar, ela contou com a ajuda da sua mãe, Ana, durante o circuito.

Amanda, de 11 anos, foi a vencedora do Troféu Superação após a corrida. Foto: Acervo pessoal

“Eu quero incentivar os outros deficientes a praticarem esportes”, conta Amanda, que afirma já ter sentido vergonha por precisar de ajuda para se locomover. “Ano que vem [quando ela estiver no 6º ano] não vou mais poder participar, então, aproveitei esse.”  

Todos os estudantes ganharam medalhas pela atuação. Amanda, que costumava praticar judô, ganhou o Troféu Superação ao fim da corrida. “Foi mais uma etapa superada para ela”, diz a mãe da menina.

*Essa matéria foi atualizada no dia 23 de outubro de 2018.

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Comentários (7)

  • Sophia Fernandes

    3 anos atrás

    minha escola pediu para ler esse jornal!! ?

  • Klaus Nopper

    4 anos atrás

    Bem louco

  • Thales Ducas

    4 anos atrás

    Achei muito beneficente para nós

  • EMEF Prof. Laerte José dos Santos

    5 anos atrás

    Chorei Amanda querida em ver sua despedida de nossa escola. Seja feliz em sua nova etapa escolar. Dedica saudades e muito carinho em forma de saudades. Seja sempre bem-vinda no LAERTE. Você é nosso orgulho! Prof. Telma

  • EMEF Prof. Laerte José dos Santos

    5 anos atrás

    Quanto ORGULHO!!! Trabalhar com o Jornal Joca é muito mais EM EDUCAÇÃO é proporcional aos alunos uma verdadeira Leitura de Mundo atualizada, é contribuir ativamente para a construção de aprendizagens e uma nova sociedade mais justa e empatia. Para mim, o Joca é material indispensável em aulas, parceiro, prêmio, Fantastico, Cultura, Empoderamento, livro, reportagens, ORGULHO que compartilho como forma de incentivo a Práticas Pedagógicas de sucesso com este material INOVADOR. AGRADEÇO A PARCEIRA #nacorreriadosaber

  • EMEF Prof. Laerte José dos Santos

    5 anos atrás

    Os alunos do segundo ano B acham que devemos ter mais respeito e ajudar as pessoas com deficiência.

  • EMEF Prof. Laerte José dos Santos

    5 anos atrás

    O segundo ano C diz as crianças e jovens com deficiência deveriam ser melhor tratados pelas pessoas e não deveriam sofrer bullying.

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