O presidente do Equador, Lenín Moreno, declarou estado de exceção no país no dia 3 de setembro para, segundo ele, garantir a segurança dos cidadãos em meio a protestos e greves que paralisaram o país contra o aumento no preço do combustível. Entenda.

manifestação no equador. crédito de imagem Rafael RodriguezNurPhoto_GettyImages José Jácome_Agência Brasil
#pracegover: manifestantes em rua do Equador. Eles estão com máscaras no rosto, em meio à fumaça. Foto: Rafael RodriguezNurPhoto_GettyImages José Jácome_Agência Brasil.

Por que o preço do combustível aumentou?
O governo retirou o SUBSÍDIO que mantinha o valor do combustível baixo há 40 anos. O preço do galão de diesel subiu de 1,03 dólar para 2,30 dólares e o da gasolina, de 1,85 dólar para 2,39 dólares no dia 3 de outubro (um dólar equivale a cerca de 4,08 reais, em 7 de outubro). Autoridades do país defendem que a medida é necessária para diminuir os gastos públicos, melhorar a economia e deter o comércio ilegal de combustível para nações vizinhas, atraídas pelo preço baixo.

O que é estado de exceção?
É uma medida prevista na Constituição que pode ser acionada pelo governo em casos extremos, como guerras ou desastres naturais. Ela dá mais poderes ao presidente e aos militares, permitindo que eles limitem direitos, como livre circulação, fechem portos e aeroportos. É válida por dois meses e pode ser renovada por mais tempo.

Qual é a situação dos protestos e da greve no país?

Lenín Moreno
#pracegover: Lenín Moreno, presidente do Equador, durante discurso. Ele usa terno preto e está diante de um computador. No fundo, a bandeira do país. Foto: EFE/José Jácome.

A partir de 1° de outubro, manifestantes começaram a bloquear estradas e suspender voos para convencer as autoridades a manter o desconto. O governo diz que não vai voltar atrás na decisão. Entre os grevistas estão taxistas e caminhoneiros — diretamente afetados pela medida —, movimentos sindicais, indígenas e estudantes, que aproveitaram os protestos para pedir a saída do presidente. Até o momento, uma pessoa morreu, 14 ficaram feridas e 477 foram presas nas manifestações.

A greve foi oficialmente encerrada no dia 4 de outubro, mas os bloqueios ainda se mantêm em algumas partes do Equador. As aulas foram normalizadas no dia 7 de outubro, porém, onde as estradas ainda apresentavam bloqueio, como na região das serras, o Ministério da Educação manteve as escolas privadas e públicas fechadas.

Glossário
Subsídio:
dinheiro dado pelo poder público a algumas atividades da economia para manter os preços acessíveis à população.

Fontes: BBC, El País, El Universo, Nexo e UOL.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 139 do jornal Joca.

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