O escritório do prefeito de Almaty, maior cidade do Cazaquistão, foi incendiado durante as manifestações. Foto: Reprodução YouTube

Desde 2 de janeiro, cazaquistaneses estão indo às ruas para protestar contra o governo. De acordo com a imprensa local, a maioria das cidades do país já registrava manifestações em massa e confrontos com a polícia dois dias depois do início das manifestações. A seguir, confira perguntas e respostas para entender a situação do país. 

Por que a população local decidiu protestar?

Tudo começou em 2 de janeiro, quando o governo anunciou o aumento do preço do gás liquefeito de petróleo (ou GLP, usado por muitas pessoas como combustível para carros). No início, manifestantes foram às ruas para protestar contra a medida, mas o movimento foi evoluindo e passou a criticar também o governo atual.

Uma das principais insatisfações da população é que o ex-presidente Nursultan Nazarbayev, que governou o país entre 1990 e 2019, foi anunciado como chefe do Comitê de Segurança Nacional. Nazarbayev havia deixado o poder após protestos contra seu governo. 

Em 4 de janeiro, o ex-presidente foi removido do Comitê de Segurança Nacional em uma tentativa de controlar a insatisfação da população. Mas para os manifestantes, a medida não foi o suficiente, já que o atual presidente, Kassym-Jomart Tokayev, é aliado de Nazarbayev, por isso a população acredita que o antigo governante continua controlando o país de forma indireta. Opositores também reclamam da falta de mudanças no país desde que Tokayev assumiu.

O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev. Foto: Mikhail Svetlov/Getty Images

No dia seguinte, o presidente aceitou a renúncia do primeiro-ministro local, Askar Mamin. Na prática, isso significa que o governo foi desmontado. Os atuais líderes vão continuar no poder enquanto novos governantes são escolhidos.

Por que os manifestantes são contra o ex-presidente Nazarbayev?

Nazarbayev assumiu o controle do país em 1991, logo após o fim da União Soviética (bloco de países que se dissolveu e deu origem a países como a Rússia), quando o Cazaquistão se tornou independente. Os cazaquistaneses que são contra o ex-presidente afirmam que ele governou o país de maneira autoritária, tirando a liberdade da imprensa e fraudando eleições para permanecer no poder.   

Nursultan Nazarbayev, ex-presidente do Cazaquistão. Foto: How Hwee Young-Pool/Getty Images

O que diz o governo?

O governo local defende que as manifestações são controladas por “gangues terroristas” de fora do país. Em 5 de janeiro, o presidente do Cazaquistão anunciou que iria abaixar o preço dos combustíveis para evitar novos confrontos, mas os protestos continuaram mesmo assim. 

E os confrontos com a polícia?

De acordo com a TV estatal (ou seja, controlada pelo governo), 13 policiais morreram nos confrontos contra manifestantes e dezenas de pessoas que atacaram o aeroporto e prédios públicos da cidade de Almaty foram mortas. Entretanto esse número pode não estar correto, já que, no dia 5 de janeiro, o governo local desligou a conexão da internet em todo o país, provocando um “apagão informativo” e dificultando a comunicação da população. 

Policiais cazaquistaneses durante manifestação. Foto: reprodução YouTube

O que a Rússia tem a ver com a situação do Cazaquistão?

Para tentar conter as manifestações, o presidente cazaquistanês pediu o apoio da Rússia, como parte de uma aliança militar entre ex-membros da União Soviética. Por isso, o país enviou tropas de paraquedistas ao Cazaquistão. Em nota oficial, a Chancelaria da Rússia disse que espera que a situação volte ao normal por meio do diálogo (ou seja, sem violência).

Fontes: BBC, CNN Brasil, Folha de S.Paulo, Reuters e Veja São Paulo.

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