Apoiadores de Fernando Villavicencio protestam em Quito após morte do candidato. Crédito de imagem: Getty Images

O Equador vive um momento político delicado. No dia 17 de maio deste ano, o atual presidente, Guilherme Lasso, dissolveu (ou seja, eliminou) a Assembleia Nacional, que reúne políticos que votam as leis do país, convocando novas eleições presidenciais antecipadas. O Equador teria uma nova eleição apenas em 2025.

Nessa nação é assegurado com um artigo de lei chamado “Morte Cruzada” que, caso um governante dissolva a Assembleia Nacional, é obrigatória a convocação de novas eleições presidenciais. Assim começou uma corrida eleitoral antes da data prevista.

“Equatorianos: esta é a melhor decisão para dar uma solução constitucional à crise política e comoção interna que o Equador está enfrentando e devolver ao povo equatoriano o poder de decidir seu futuro nas próximas eleições”, declarou Guilherme, na ocasião, nas redes sociais. 

Caso de Fernando Villavicencio

No dia 9 de agosto, Fernando Villavicencio, jornalista e ex-deputado que era um dos candidatos a presidente nas eleições atuais, foi assassinado com tiros após sair de um comício em uma escola na cidade de Quito. Outras nove pessoas também ficaram feridas durante o ataque, incluindo uma candidata à Câmara dos Deputados do Equador. Foram apreendidos seis suspeitos de envolvimento com o crime pela polícia equatoriana, segundo o Ministério Público local.

As eleições presidenciais do país serão em 20 de agosto. Após a morte de Villavicencio, Lasso decretou estado de exceção por 60 dias. A condição permite que as forças armadas do Equador atuem com a polícia nas ruas do país. No entanto, o presidente declarou que manterá a data das eleições. Após a morte de Villavicencio, três dos oito candidatos à presidência do Equador suspenderam temporariamente a candidatura: Jan Topic, Yaku Pérez e Otto Sonnenholzner. 

Em seu trabalho como jornalista, Villavicencio realizou denúncias sobre casos de corrupção no governo e facções criminosas do país, o que pode ter causado o ataque. Vídeos publicados nas redes sociais mostram que alguns grupos comemoraram a morte do político, mas nenhum culpado foi confirmado pelas autoridades do país. Além disso, durante a carreira jornalística, Villavicencio havia feito denúncias de corrupção contra o ex-presidente Rafael Correa, que foi condenado a oito anos de prisão. Antes disso, em consequência dessas mesmas denúncias, o jornalista chegou a ser submetido a 18 meses de prisão, em 2014, acusado por injúrias contra Rafael Correa.

Uma pesquisa do instituto Cedatos realizada em 20 de julho apontava que Villavicencio estava em segundo lugar na disputa eleitoral, com 13,2% das intenções de voto. Ainda assim, outros levantamentos mostravam que o jornalista ocupava o quinto lugar, com uma margem de erro de três pontos para mais ou menos. Em primeiro lugar na pesquisa do instituto Cedato, aparece Luisa González, que é apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa.

Glossário:

Assembleia Nacional: conjunto de órgãos que constituem o Poder Legislativo de um país. 

Câmara dos Deputados: local em que trabalham os deputados federais. No Brasil, faz parte do Poder Legislativo. 

Fontes: G1, G1, G1, G1, UOL, Folha de S.Paulo, Jornal Nacional, FGE Ecuador e Cedatos 

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