Crédito de imagem: Halfpoint/iStock/Getty Images Plus

Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos do Brasil, publicado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em 2022, o país produziu cerca de 81,8 milhões de toneladas de lixo — o equivalente a 85,2 milhões de carros populares. No estudo, é citado o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), decreto que pretende reduzir, até 2040, em 34,3% a quantidade de lixo direcionada aos aterros sanitários, priorizando métodos de reciclagem e reutilização de materiais.

Aterro sanitário: local que possui solo e estrutura preparados especialmente para receber o lixo e evitar contaminações do meio ambiente.

É com esse objetivo que o Instituto Santos Lixo Zero iniciou o projeto Escola Lixo Zero, que, em parceria com a Secretaria da Educação da cidade, fez com que a (Unidade Municipal de Educação) UME Leonor Mendes de Barros reduzisse em pelo menos 95% todo o resíduo que antes era destinado aos aterros.

Segundo Márcia Calçada, diretora do colégio, os estudantes e funcionários já reciclavam a maior parte do que usavam no prédio. Com o apoio do instituto, que forneceu treinamentos e o auxílio de duas educadoras, a escola passou a ter em seu espaço: compostagem em leira (técnica de decompor resíduos orgânicos como sobras de comida); recipientes que separam os resíduos orgânicos dos recicláveis e dos rejeitos (materiais que devem seguir para o aterro sanitário, como fraldas sujas); além das coletas seletivas de esponjas, pilhas, lacres e vidro.

“O nosso lixo orgânico, a gente coloca na terra em que as minhocas comem tudo”, conta a estudante Rafaella M. Esses espaços de decomposição, segundo Márcia, quando feitos da maneira correta, não atraem animais indesejados nem emanam odores desagradáveis, ao contrário do que se acredita. “Se alguém não sabe como cuidar do lixo, eles podem ligar para nossa escola e falar com a gente”, complementa Diego O., outro aluno do colégio.

Márcia conta que um dos pilares do projeto é promover o protagonismo infantil “e isso foi possível, principalmente, em virtude do Grêmio Estudantil Infantil que temos com os alunos do pré”, conta. Depois de treinar os funcionários, o projeto foi repassado para esse grêmio, que discutiu as ações e, em seguida, passou de sala em sala para explicar o que seria feito. “Por mais que sejam bem novos, os alunos já internalizaram essas mudanças. Às vezes, a gente até pega alguns adultos descartando algo em lugar inadequado”, diz.

Atividades de coleta de lixo

Além da atenção com os resíduos das casas e prédios, é importante cuidar do que é descartado incorretamente nos espaços públicos, como praças e ruas. Uma iniciativa criativa é o spogomi, um esporte japonês que consiste em equipes competindo para ver quem coleta a maior quantidade de lixo das ruas — a palavra deriva da junção de sport (“esporte” em inglês) e gomi (“lixo” em japonês). Em novembro deste ano, Tóquio sediará a primeira Copa do Mundo feita exclusivamente por praticantes do esporte.

Outra prática voltada para a coleta de lixo é o plogging — do sueco, plocka upp (recolher) e do inglês jogging (correr). Irene R., de 11 anos, moradora de São Paulo (SP), participou em 26 de março de um plogging na avenida Paulista, ou seja, da coleta de lixo jogado nas ruas. A ação foi promovida pela Famílias pelo Clima, uma organização sem fins lucrativos. “Pequenas ações fazem a diferença”, diz Irene. “Um lixo coletado é apenas uma coisa coletada. Mas, se cada pessoa recolher uma sacola de lixo por dia, já faz a diferença.”

“Para as pessoas da minha idade, eu indico que comecem a ter consciência do que elas estão fazendo. A partir de uns 7 anos, nós já temos autonomia para decidir o que levamos para os lugares, como garrafas e copos reutilizáveis. Assim, evitamos o desperdício, porque é muito importante a gente ter consciência de que tudo o que a gente usa afeta o planeta. Proteger o clima não é uma coisa que só adultos podem fazer. Acho que, na verdade, quem mais pode fazer isso são as crianças. Devemos combater para salvar o nosso próprio futuro”,

finaliza Irene.

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Comentários (2)

  • lua

    11 meses atrás

    oi a noticia esta otima obrigado!

  • VINICIUS

    11 meses atrás

    Joca sabe demais

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