Por Vinicius Marques

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) — com recomendações do governo sobre o que deve ser ensinado nas escolas — determina que estudantes de diferentes anos tenham contato com gêneros textuais do “campo da vida pública”, ou seja, comuns ao dia a dia da sociedade, como artigos publicitários, discursos políticos e notícias. Alguns educadores vão além e fazem da sala de aula uma verdadeira redação jornalística.

É o caso da Agência de Notícias Imprensa Jovem, projeto da Secretaria Municipal de Educação (SME) da cidade de São Paulo, que completa 18 anos em 2023. Nele, os alunos aprendem produzindo conteúdos compartilhados em meios de comunicação, como YouTube e rádio.

#pracegover: várias pessoas estão reunidas numa sala que tem sofás, cadeiras e mesas espalhadas, conversando. No destaque, um homem e duas meninas estão conversando em roda. Crédito de imagem: IMPRENSA JOVEM/DIVULGAÇÃO E COLÉGIO ECCOS/REPRODUÇÃO

Em comemoração ao aniversário, será lançada uma história em quadrinhos com a trajetória do Imprensa Jovem. Atualmente, 385 escolas da capital paulista possuem o projeto no ensino fundamental, além de 30 que trabalham com educação infantil, duas em centros de Educação de Jovens e Adultos (EJA), um em uma escola indígena e outro em uma escola bilíngue para surdos.

“O estudante já tem essa cultura midiática. Nosso trabalho é aproximar isso da educomunicação [utilização de mídias no processo da educação], sobretudo no momento que vivemos, em que há uma necessidade gigantesca de formação para a alfabetização midiática”, explica Carlos Lima, coordenador do Núcleo de Educomunicação da rede municipal.

#pracegover: logo do Imprensa Jovem é o desenho de três lápis nas cores amarelo, laranja e vermelho. Na ponta do lápis, há um desenho que remete às ondas de rádios. Crédito de imagem: IMPRENSA JOVEM/DIVULGAÇÃO E COLÉGIO ECCOS/REPRODUÇÃO

Júlia, aluna do 5o A da Emef Ministro Calógeras, já está no Calógeras News (Imprensa Jovem da escola) há algum tempo. “[Gosto de participar] porque a gente fica por dentro de tudo que ocorre na escola e informa os alunos.” Já Maria Eduarda entrou para o mesmo grupo recentemente. “Trabalhamos sobre o Dia das Crianças: fizemos pesquisas e [escrevemos] sugestões para brincar com os pais em casa.”

Jorneccos: feito por e para os alunos

No Colégio Eccos, em São José dos Campos (SP), a iniciativa de criar um jornal também nasceu dos estudantes. No 4o ano da manhã, a professora Luciana Foloni promoveu, a partir de um livro didático, a produção de notícias sobre a vivência escolar da turma. 

Os estudantes pensaram em publicar os textos no Joca, o que não foi possível por se tratar de assuntos internos do colégio. Foi aí que um deles sugeriu fazer um jornal da escola, o Jorneccos. A professora montou um flipchart na sala de aula para a turma anotar ideias de pautas quando algo diferente acontecia no colégio. Depois que a primeira edição saiu, ela colocou um painel no pátio para que alunos dos outros anos, leitores do Jorneccos, sugerissem temas. 

Os estudantes obtiveram crachás de repórteres e uma sala da imprensa para receber os entrevistados. Em 2 de dezembro, durante o evento Jovem Escritor da escola, cada participante receberá uma cópia das três edições do jornal e explicará o trabalho às famílias. “O Jorneccos vai virar um projeto para todo 4o ano, um legado que essa turma deixará”, conta Luciana. Para Pedro, 9 anos, foi divertido. “Eu comecei a ler mais notícias (…) e, com isso, aprendi a fazê-las.” Vinicius, 9 anos, aproveitou a nova experiência, pois nunca havia entrevistado alguém.

FONTES: BNCC E PREFEITURA DE SÃO PAULO.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 214 do jornal Joca.

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