No dia 13 de maio, milhões de eleitores do sul e leste da Índia foram às urnas na quarta das sete fases das eleições no país, que tem o maior número de eleitores do mundo. Cerca de 980 milhões de indianos estão aptos a votar (o Brasil tem algo em torno de 155 milhões). O processo eleitoral começou no dia 19 de abril e tem previsão de terminar em 4 de junho, com a divulgação dos resultados.


LOGÍSTICA COMPLICADA 

Em consequência do grande número de pessoas, o processo eleitoral indiano demora mais do que na maioria dos países. Além disso, a lei eleitoral da Índia exige que uma urna de votação deve estar disponível a, no máximo, 2 quilômetros do eleitor — o que é um desafio, quando se considera que o país tem o sétimo maior território do mundo, com 3,3 milhões de quilômetros quadrados (km2). Para driblar esses desafios, o governo indiano desenvolveu uma eleição que acontece em sete fases, sendo que, em cada uma delas, eleitores de regiões diferentes votam.

Cerca de 15 milhões de pessoas trabalham no processo eleitoral, que precisa alcançar áreas de difícil acesso, como vilarejos afastados e até mesmo em comunidades no alto da cordilheira do Himalaia.

#pracegover: indiano da casta dos brâmanes: ele usa vestimenta vermelha e amarela, tem cabelos compridos brancos e segura um balde dourado em uma das mãos. Crédito de imagem: Getty Images

REPRESENTANTES DO LOK SABHA

Os eleitores escolherão os 543 parlamentares que ocuparão a Lok Sabha — o congresso indiano, semelhante ao brasileiro, composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. O partido ou grupo de partidos que obtiver o maior número de eleitos será o responsável por indicar o primeiro-ministro do país. Na Índia não há presidente.

De acordo com a maioria das pesquisas eleitorais, o partido Bharatiya Janata, do atual premiê, Narendra Modi, deverá ter o maior número de escolhidos para o Lok Sabha, reelegendo Modi para o terceiro mandato.

#pracegober: Mulher registra seu voto em urna na segunda fase da eleição indiana, em
Rajasthan. Um homem, sentado em uma mesa, acompanha o processo. Crédito de imagem: Elke Scholiers/Getty Images

SISTEMA DE CASTAS 

O sistema de castas na Índia foi abolido oficialmente em 1950, mas ainda está presente no dia a dia do país por influência da tradição e da religião.

Com base no hinduísmo, o sistema de castas separava as pessoas em quatro grupos: brâmanes, xátrias, vaixás e sudras. Havia também os sem casta, chamados de “intocáveis”, o grupo mais discriminado. 

Assim que nascia, a pessoa já era identificada a partir da posição social da família, sendo que os indivíduos das castas mais altas tinham mais oportunidades e aos das castas mais baixas restavam apenas trabalhos difíceis e muitas vezes insalubres.

Até hoje, é comum ver casos de pessoas de castas altas se recusando a frequentar lugares com pessoas de castas baixas. O casamento entre pessoas de castas diferentes também é considerado tabu.

#pracegover: homens estão em pé confirmando seus dados. Diante deles, outros checam as informações em uma lista. Crédito de imagem: Ritesh Shukla/Getty Images

ANO DE ELEIÇÕES AO REDOR DO MUNDO 

Segundo um estudo do instituto de pesquisa Centro Para o Progresso Americano divulgado em janeiro, nunca tantas pessoas votaram em um mesmo ano quanto votarão em 2024. Este ano, houve e haverá eleições em quase 80 países, incluindo nações populosas como Brasil, Rússia e Estados Unidos. Em números totais, mais da metade da população mundial irá às urnas até dezembro.


FONTES: AGÊNCIA BRASIL, PODER360, BBC, O GLOBO, CNN BRASIL E G1, ECONOMIST INTELLIGENCE UNIT E ONU.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 224 do jornal Joca.

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