Jovem influencer de finanças conversou com o Joca
Malu Lira é uma jovem de 14 anos que, desde muito pequena, tem interesse por finanças. Antes dos 10, ela já vendia pulseiras e bolos. “Eu pegava esse dinheiro e colocava dentro de uma latinha de leite que fazia de cofrinho”, diz ela. Natural de Apuí, no interior do Amazonas, Malu foi buscando cada vez mais conhecimentos sobre o assunto e hoje se dedica à educação financeira de crianças. Ela já publicou 15 livros infantis sobre o tema, como Cinderela Empreendedora e Pinóquio e as Crenças Sobre Dinheiro, e tem um perfil nas redes sociais chamado Malu Finanças. Recém-chegada a São Paulo, para onde se mudou com a família, Malu deu uma entrevista ao jornal TINO Econômico. Confira um trecho.
Quais foram os maiores desafios para escrever livros infantis sobre finanças?
Foi não ter publicações sobre o tema para crianças nas quais eu pudesse me inspirar. Escrever para criança exige um cuidado especial, porque ela não tem um salário. Você não pode ensiná-la a administrar o salário entre aluguel e contas de casa. Tem que saber que há muitas coisas que a criança quer fazer, mas os pais podem não deixar. E o livro não pode desrespeitar essa autoridade.
Você dá dicas para crianças e jovens com pouco dinheiro disponível. Qual é a mais importante?
O que eu sempre falo para todo mundo é ter sonhos, objetivos. As pessoas não imaginam o quanto isso ajuda. Porque se não damos um objetivo para o dinheiro, ele some. O futuro é uma imagem muito distante, muito embaçada, e parece difícil justificar o sacrifício que você está fazendo no agora para algo que não consegue enxergar tão bem no depois. Com objetivos, você começa a entender por que está fazendo isso e toma decisões mais conscientes.
Tem planos de um próximo livro?
Estou escrevendo contos investigativos. São baseados no Sherlock Holmes, só que voltados para os mistérios das finanças, para ensinar que, às vezes, aquele dinheiro que sumiu do cofrinho não foi porque alguém roubou ou você perdeu, e sim porque talvez não tenha havido cuidado com ele, porque não se administrou bem ou não se acreditava que ter dinheiro era algo bom. Também estou escrevendo O Que Tinha Dentro da Latinha, um livro de rimas para ensinar que o dinheiro não é o fim, não é a coisa que se deve passar a vida perseguindo — ele é um meio, uma ferramenta para cuidar da nossa família.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 231 do jornal Joca.
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