Exposição de obra de Sebastião Salgado na Polka Galerie, em Paris, na França. Crédito de imagem: Foc Kan/WireImage via Getty Images

Em 8 de janeiro, é comemorado no Brasil o Dia Nacional do Fotógrafo. A data faz referência ao dia 8 de janeiro de 1840, quando chegou ao país o primeiro daguerreótipo — o instrumento foi pioneiro como ferramenta para tirar fotos. O daguerreótipo que originou a criação da data nacional foi dado de presente para Dom Pedro II, imperador do Brasil na época.

Bastante diferente da câmera fotográfica atual, o daguerreótipo foi uma invenção de Louis Daguerre. Para registrar uma fotografia, o processo era o seguinte: em uma caixa escura, uma placa retangular de estanho era posicionada ao fundo com uma camada de betume (mistura líquida de cor escura). Quando a luz do sol entrava na caixa para registrar uma foto, o betume era queimado, o que gerava a fotografia.

Em celebração à data do dia 8 de janeiro, confira alguns dos fotógrafos mais importantes do Brasil: 

Walter Firmo 

Nascido em 1937, Walter Firmo é tido como um dos maiores fotógrafos brasileiros, reconhecido principalmente pelo trabalho com as cores e o contraste na imagem, técnica que faz com que as fotografias de Walter se assemelhem a pinturas. Walter iniciou a carreira no jornal Última Hora, do Rio de Janeiro, em 1937. É autor de retratos de famosos nomes do samba, como Cartola, Dona Ivone Lara e Pixinguinha. Walter venceu sete vezes o Concurso Internacional de Fotografia da Nikon. 

Sebastião Salgado 

Sebastião Salgado é um dos nomes mais famosos quando o assunto é fotografia brasileira. Fotógrafo documental e fotojornalista, Salgado é conhecido por capturar imagens — do Brasil e do mundo — que retratam questões sociais, econômicas e de natureza humana. Sempre com fotos em preto e branco, o trabalho de Sebastião já foi transformado em livros e diferentes exposições ao redor do mundo. O fotógrafo também foi o primeiro brasileiro a integrar a Academia de Belas Artes da França.

Araquém de Alcântara 

Araquém também iniciou a carreira trabalhando em jornais, como O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde. A partir daí, o fotógrafo se envolveu cada vez mais com a causa ambientalista, fazendo expedições na Amazônia e realizando diferentes denúncias por meio de suas fotos, publicadas em várias publicações brasileiras. De 1988 a 1998, Araquém se dedicou ao registro e à documentação da fauna e flora dos 36 parques ecológicos do país (áreas de conservação), projeto que resultou no livro Terra Brasil. Suas fotos também são, na maioria, registradas em preto e branco.

Nair Benedicto 

Formada pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA – USP), Nair Benedicto foi presa durante o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985), posteriormente atuando com temas que envolvem justiça social. Nair registra em suas fotos, principalmente, questões sociais e políticas.

Luisa Dörr

Natural do Rio Grande do Sul, Luisa Dörr é conhecida pelo trabalho fotográfico voltado à história de mulheres. Por meio de retratos, Luisa apresenta diferentes mulheres e histórias de vida, valorizando aspectos naturais e brasileiros. Pelo reconhecimento de suas fotos, foi convidada pela revista Time para fotografar algumas das mulheres eleitas como as mais influentes do mundo pelo veículo. Também é conhecida pelo projeto fotográfico The Self Promenade, em que, com Navin Kala, fotografou turistas e cidadãos que passavam pela Avenue of Stars, em Hong Kong, Japão.

Alile Dara 

Nascida em Salvador (Bahia), Alile ganhou da avó, aos 15 anos, uma câmera Kodak c310, o que impulsionou sua paixão pelas imagens. Formada em fotografia, Alie se mudou para São Paulo e passou a focar o trabalho na representatividade de mulheres negras e sua ancestralidade. A profissional atuou recentemente como fotógrafa de cena no filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, premiado com o Globo de Ouro de melhor atriz em drama para Fernanda Torres. 

Mauricio Lima

Com uma carreira focada no fotojornalismo, Mauricio já colaborou para veículos como a Agência France-Presse e o jornal The New York Times, cobrindo principalmente conflitos e crises humanitárias ao redor do mundo. Suas fotos se destacam por trazer um olhar sensível e humanista para situações de guerra e vulnerabilidade social. Em 2016, recebeu o Prêmio Pulitzer de fotografia de notícias “quentes” pelo periódico The New York Times, pelo trabalho de registro da crise dos refugiados na Europa. Em 2010, o fotógrafo também ganhou o prêmio de melhor fotógrafo de agência do ano pela revista Time

Gabriela Biló

Com apenas 36 anos, Gabriela Biló se tornou conhecida principalmente pela atuação como fotojornalista de política. Para o jornal O Estado de S. Paulo, cobriu o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília, tornando-se a primeira fotógrafa do veículo a cobrir política na sede do governo brasileiro. Formada em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC – SP), Biló traz nas fotos diferentes críticas e visões das figuras políticas ali representadas. Foi ganhadora dos prêmios Vladimir Herzog como menção honrosa de 2020 e Mulher Imprensa em 2020 e 2021. 

Glossário: 

Ditadura militar: entre 1964 e 1985, o Brasil esteve sob uma ditadura militar e não havia eleições como as de hoje, ou seja, a população não participava das decisões políticas enquanto o país era comandado por militares. 

Fontes: Escola Panamericana, Agência Brasil, Marie Claire, Escritório de Arte, Memorial de Resistência SP, Ciclo Vivo, Casa Beta, Enciclopédia Itaú Cultural, Brasil de Fato e Cultura Fotográfica.

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