Sônia Guimarães durante palestra em 2022. Crédito de imagem: Fernanda Simplício/DCOM/UFCA

Em 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher: a data foi criada para celebrar a luta pelos direitos femininos e de igualdade de gênero e a importância das mulheres na história e sociedade. A escolha do dia se deve a 8 de março de 1917, quando milhares de operárias protestaram na Rússia por melhores condições de trabalho e vida durante a Primeira Guerra Mundial. Esse evento ficou conhecido como “Pão e Paz”. 

Para comemorar a data, confira mais sobre algumas mulheres que, com seus atos e descobertas, mobilizam mudanças e inovações no ramo científico, tanto no Brasil como no mundo: 

Débora Diniz

Débora Diniz, de 54 anos, é uma renomada antropóloga brasileira especializada no estudo da bioética, que explora os limites éticos (aqueles que delimitam o comportamento social com atitudes que devem ser tomadas ou não, de acordo com diferentes discussões) da ação humana em relação à biologia, a ciência que estuda a vida. Além disso, Débora pesquisa saúde pública das mulheres e processos epidêmicos no Brasil. A professora da Universidade de Brasília  já publicou diversos livros, incluindo O Que É Bioética (2002), Zika: Do Sertão Nordestino à Ameaça Global (2016) e O Que É Deficiência (2017).

Débora Diniz em vídeo publicado no Instagram. Crédito de imagem: reprodução Instagram

Nina Tandon 

A biomédica norte-americana Nina Tandon é cofundadora da empresa Epibone, considerada uma das primeiras do mundo que se propõe ao estudo da reconstrução de ossos humanos. Os objetivos de pesquisa do projeto de Nina se concentram em recriar estruturas ósseas a partir de células do próprio paciente, facilitando o processo de implantação da estrutura no corpo. Além disso, Nina, aos 44 anos, é mestre em engenharia bioelétrica, PhD em engenharia biomédica e tem um MBA (Master Business Administration, especialização de pós-graduação) pela Columbia University.

Crédito de imagem: divulgação Engineering Columbia

Jennifer Doudna

Jennifer Anne Doudna é uma bioquímica e bióloga molecular, nascida em Washington D. C., Estados Unidos. Jennifer é PhD pela Universidade Harvard e já foi professora das universidades Yale e da Califórnia. Em 2020, aos 56 anos, ela ganhou o prêmio Nobel de química ao lado de Emmanuelle Charpentier, pelo trabalho de pesquisa sobre um método para a edição e modificação de genomas (conjunto de genes que compõem um organismo). 

Crédito de imagem: divulgação Universidade da Califórnia

Sônia Guimarães 

Sônia Guimarães ocupa o posto de primeira mulher negra doutora em física no Brasil. A especialista, que é professora associada I no Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA) e PhD em física pela Universidade de Manchester (Reino Unido), também se tornou a primeira mulher negra a dar aulas no ITA. Em sua atuação científica, Sônia se especializou em física aplicada, desenvolvendo pesquisas acerca de semicondutores e sensores de calor. A professora também possui registro como inventora da técnica de produção de sensores de radiação infravermelha para cabeça de mísseis. Em dezembro de 2023, foi eleita pela Bloomberg Línea uma das cem pessoas mais inovadoras da América Latina. No mesmo ano, recebeu a Medalha Santos Dumont de Honra ao Mérito pelos seus 30 anos de ITA.

Em junho de 2024, Sônia completará 67 anos. Crédito de imagem: reprodução: Instagram

Sabrina Pasterski

Com 30 anos, a norte-americana Sabrina Pasterski já ganhou o apelido de “Einsten desta geração”. Sabrina é formada em física no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), tornando-se a primeira mulher em duas décadas a se destacar entre as melhores da turma. Além disso, é doutora pela Universidade Harvard e, atualmente, concentra-se no estudo e pesquisa da física experimental, incluindo a análise de buracos negros e variações de gravidade. 

Sabrina em premiação da revista Marie Claire, nos Estados Unidos. Crédito de imagem: Rich Polk/Getty Images

Tiera Fletcher

Ainda no ensino médio, Tiera Fletcher, que nasceu perto de Atlanta, no estado da Georgia (Estados Unidos), estagiava em programas da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa) e no Georgia Institute of Technology. Formada em engenharia espacial, pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Tiera, de apenas 29 anos, é uma das principais engenheiras do Sistema de Lançamento Espacial da Nasa, projeto que, entre seus objetivos, pretende levar humanos a Marte. 

Tiera Fletcher em palestra no MIT. Crédito de imagem: divulgação MIT

Marcelle Soares-Santos 

A brasileira Marcelle Soares-Santos é uma física formada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Após realizar doutorado e pós-doutorado na área da astronomia e cosmografia, Marcelle passou a desenvolver pesquisas de detecção de luz e mapeamento de galáxias, ondas gravitacionais e energia escura. Em 2014, ela ganhou destaque mundial ao receber o Prêmio Alvin Tollestrup; em 2017, passou a lecionar na Universidade de Brandeis, em Boston. A doutora, que nasceu no Espírito Santo, em 1983, também ocupa o cargo de pesquisadora no Fermi National Accelerator Laboratory, em Batavia, próximo a Chicago. 

Crédito de imagem: Ufes/divulgação

Katalin Karikó 

Katalin Karikó é uma bioquímica húngara nascida em 1951. Formada em biologia e com doutorado em bioquímica pela Universidade de Szeged, Katalin trabalhou intensamente com a pesquisa de mRNA, o que foi decisivo para que ganhasse o prêmio Nobel de medicina e fisiologia, em 2023. Katalin também se dedicou ao estudo da terapia gênica e foi professora assistente da Universidade da Pensilvânia. 

Crédito de imagem: divulgação prêmio Nobel

Anitta Canavarro 

Anitta Canavarro é uma química brasileira, mestra e doutora em ciências, formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente, Anitta é professora do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG). A área de atuação da cientista envolve a química bioinorgânica medicinal. Anitta também é ativista do Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado e coordenadora do Laboratório de Pesquisas em Educação Química e Inclusão – LPEQI, da UFG.

Crédito de imagem: reprodução redes sociais

Glossário: 

PHD: PhD é a sigla para doctor of philosophy [“doutor(a) em filosofia”, em tradução livre].

mRNA: código com instruções para que células do corpo produzam determinada proteína. Nas vacinas contra a covid-19, o RNAm usa o organismo humano para “fabricar” uma proteína do coronavírus. Isso leva o corpo a produzir anticorpos, que nos protegem de doenças. 

Energia escura: possível forma de energia que estaria por todo o espaço e auxiliaria na expansão do universo. No entanto, pesquisadores ainda sabem pouco sobre o material. 

Química bioinorgânica: área de ciências entre a a biologia e a química inorgânica (que estuda compostos de elementos químicos diferentes do carbono).

Radiação infravermelha: tipo de radiação eletromagnética que carrega energia e é invisível a olho nu.

Epidemia: aumento elevado de casos de uma doença em determinada região, mas não em todo o mundo.

Fontes: Unicamp, UNB, Engineering Columbia, Senac,  Museu Catavento, G1, UFABC, Iric, Iric, Na Prática ORG, Revista Galileu, Museu Catavento, MIT, Museu Catavento, Fapesp, National Geographic Brasil, O Globo, UFG, Revista Ciência e Cultura ORG.

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