Em 2019, 8,9% da população mundial sofreu de desnutrição grave, situação em que uma pessoa não ingere uma quantidade suficiente de nutrientes. Essa porcentagem corresponde a quase 690 milhões de pessoas — mais de três vezes a população do Brasil, que é de cerca de 211 milhões de habitantes. Os dados são do relatório “O estado da segurança alimentar e da nutrição no mundo”, divulgado, no dia 13 de julho, pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Em comparação com o ano anterior, 2019 registrou um aumento de aproximadamente 1,47% no número de pessoas desnutridas no mundo, o que representa 10 milhões de indivíduos a mais nesse grupo. Desde 2014, as estatísticas de desnutridos vêm aumentando ano a ano — de lá para cá, o planeta passou a ter quase 60 milhões de desnutridos a mais.

Segundo o relatório da ONU, essa piora nos últimos anos se deve a diversos fatores, entre eles o aumento no número de conflitos armados e o agravamento da situação econômica de muitos países. Esses e outros aspectos contribuem para que as pessoas tenham dificuldade de obter refeições adequadas.

Fome e covid-19
Os dados do relatório da ONU levam em consideração a realidade do mundo em 2019, ou seja, antes do início da pandemia do novo coronavírus. No entanto, o estudo estima que, nos próximos meses, entre 83 milhões e 132 milhões de pessoas possam entrar nas estatísticas de desnutrição em virtude da piora na economia de diversos países por causa do vírus.

Dados do relatório da ONU*

• Mais da metade dos desnutridos do mundo está na Ásia.
• O continente tem cerca de 381 milhões de desnutridos. A população total na Ásia é de mais de 4,5 bilhões de pessoas.
• Na África, mais de 250 milhões de indivíduos estão em estado de desnutrição.
• A população total do continente é de cerca de 1,3 bilhão de pessoas.
• A América Latina é a região do planeta que, nos últimos anos, teve o maior aumento no número de desnutridos.
• Em 2014, a porcentagem era de 22,9%. Em 2019, chegou a 31,7%. Ou seja, houve um aumento de 8,8% em cinco anos.

*Números de 2019.

Fonte: relatório “O estado da segurança alimentar e da nutrição no mundo”, da ONU.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 153 do jornal Joca.

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