Em 2021, metade das crianças com menos de 5 anos do Iêmen pode sofrer de desnutrição, condição na qual a pessoa não se alimenta direito e não recebe os nutrientes necessários para ter um organismo saudável. A estimativa, divulgada em fevereiro, foi feita por quatro agências que integram a Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo o relatório, em comparação com 2020, houve um aumento de 16% no número de crianças com até 5 anos que sofrem de desnutrição aguda (peso abaixo do esperado para determinada altura) no país. Além disso, estima-se que, do ano passado para cá, houve um crescimento de 22% no índice de menores de 5 anos com desnutrição aguda grave (condição ainda mais séria).

Entre os motivos para a fome no Iêmen estão a pobreza extrema e a guerra, iniciada no fim de 2014. Com esse cenário, os cidadãos enfrentam dificuldade para conseguir alimentos, o que deixa o organismo mais frágil e com mais chances de adoecer gravemente. Ao mesmo tempo, é difícil prevenir e tratar doenças no país, pois os sistemas de saúde e saneamento são de baixa qualidade e muitos hospitais foram destruídos pela guerra.

Por que o Iêmen está em guerra?
As tensões começaram em 2011, quando manifestantes forçaram o presidente Ali Abdullah Saleh a deixar o poder. Seu vice, Abdrabbuh Mansour Hadi, assumiu e teve que enfrentar problemas como ataques terroristas, corrupção e fome. Aproveitando a fragilidade, o movimento huti, contrário ao governo, passou a controlar várias regiões do Iêmen, incluindo a capital, Saná.

Assim, começou uma guerra entre os que apoiam Hadi e os defensores do movimento huti. Em 2015, os conflitos se intensificaram quando a Arábia Saudita e outros oito países árabes passaram a ajudar os defensores de Hadi. Segundo a Arábia Saudita, os hutis são aliados de um de seus maiores inimigos, o Irã. Os sauditas temem que esse grupo controle todo o Iêmen e, assim, beneficie os iranianos. O Irã nega que esteja apoiando o movimento.

Até o momento, estima-se que mais de 200 mil pessoas já tenham morrido em consequência da guerra e mais de 3 milhões tenham deixado a casa em que moravam em busca de melhores condições em outros lugares.

Fontes: Acnur, BBC, OMS e ONU.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 166 do jornal Joca.

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