O estado do Pará liderou a lista de maior área desmatada da Amazônia, com um território de 1.902,5 km² perdido. Crédito de imagem: Getty Images

De acordo com novos dados divulgados pelo sistema Deter, pertencente ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no dia 5 de janeiro, o desmatamento da Amazônia em 2023 sofreu uma redução de cerca de 50% em comparação aos números de 2022. Ao todo, no último ano, uma área de 5.151,6 km² foi perdida na Amazônia. 

Em contrapartida, no Cerrado (um dos biomas brasileiros, assim como a Amazônia), a taxa de desmatamento e perda foi de 7.828,2 km², um aumento de cerca de 43% em relação a 2022. O Cerrado vem apresentando alta nos níveis de desmatamento desde 2020. Em 2023, a região mais afetada foi Matopiba, onde o bioma se estende pelos estados do Maranhão, Bahia, Tocantins e Piauí. 

Aumento de desmatamento no Cerrado

Em Matopiba se concentram diversas atividades relacionadas ao agronegócio, ou seja, a produção agrícola e pecuária (cultivo de alimentos e criação de animais) para fins comerciais. Dessa forma, a exploração do ambiente para os fins agrícolas acaba comprometendo a extensão do bioma.

O índice de exploração do Cerrado em 2023 é o maior desde 2019, e esta é a primeira vez em cinco anos que o desmatamento do bioma atinge níveis mais elevados do que na Amazônia. O calor excessivo e períodos de seca também são elementos que podem ter agravado o excesso de queimadas na região. 

A região do Cerrado sofreu com fortes queimadas em 2023. Crédito de imagem: Getty Images

Diminuição do desmatamento na Amazônia

Já o resultado da diminuição do desmatamento no Amazonas surge após anos consecutivos de altos índices de perda florestal. Em 2022, por exemplo, a área de desmatamento foi de 10.278 km². Com isso, a taxa de 2023 se torna a mais baixa desde 2018, quando o desmatamento da região atingiu 4.951,4 km² de terras. 

Ao recortar os resultados gerais de 2023 para os estados, o Pará foi o que liderou a lista de maior área desmatada da Amazônia, com um território de 1.902,5 km² perdido. Logo em seguida estão Mato Grosso, com 1.408,2 km², e Amazonas, com 894,4 km².

Os dados do Inpe são de extrema importância para que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) possa estipular metas e ações a fim de conter os altos níveis de desmatamento. Segundo especialistas, a fiscalização e a condenação de atividades ilegais na Amazônia são algumas das atitudes que mais surtem efeito para conter o desmatamento.

Um dos programas atualizados em 2023 para a contenção de perda da floresta foi o Plano de Ação Para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), que determina medidas de combate ao crime ambiental, que envolve atividades como garimpo ilegal. O plano original foi criado em 2004, recebendo uma nova atualização em 2023. 

Glossário: 

Biomas: conjunto de vida vegetal e animal com características próprias em uma região específica. O Brasil tem seis: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.

Bioma Amazônia:

CARACTERÍSTICAS: o bioma amazônico é dominante, com clima úmido, vegetação densa e grande biodiversidade.

ÁREA: 4.196.943 km2, quase metade do território nacional.

LOCALIZAÇÃO: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.

Bioma Cerrado: 

CARACTERÍSTICAS: vegetação baixa e rasteira, solo na cor avermelhada e épocas de chuva e seca bem definidas.

ÁREA: 2.036.448 km2, cerca de 22% do país.

LOCALIZAÇÃO: Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso, oeste de Minas Gerais, Distrito Federal, oeste da Bahia, sul do Maranhão, oeste do Piauí, porções de São Paulo e algumas áreas pequenas e isoladas no Paraná, Amapá, Rondônia, Roraima e Amazonas.

Garimpo ilegal: o garimpo é uma atividade de exploração e extração de substâncias minerais presentes no solo. Nem todo garimpo é ilegal, no entanto, a exploração em terras indígenas não é permitida por lei. Além disso, nem toda extração de minerais é considerada garimpo. Existe também a mineração industrial, que trabalha com mão de obra especializada, estruturas mecanizadas e operações de longo prazo em uma mesma área para extração. Já os garimpeiros têm baixo nível de mecanização e pouca infraestrutura.


Fontes: Folha de S.Paulo, O Globo, Inpe e UOL.

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