Milhares saíram às ruas de Cuba, em 11 de julho, para se manifestar contra o governo. Os protestos, os maiores vistos na ilha em três décadas, acontecem em meio a uma séria crise econômica no país. Entenda o que está ocorrendo por lá.

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Protesto em Cuba no dia 11 de julho. #pracegover: manifestantes vão às ruas em protestos populares em Cuba. Eles usam máscara e uma manifestante segura uma bandeira do país. Foto: reprodução Instagram

Como os protestos começaram?
As manifestações se iniciaram em San Antonio de Los Baños, a 30 quilômetros da capital, Havana. Imagens do protesto se espalharam e mobilizaram cidadãos de pelo menos mais 50 cidades. Nas ruas, as pessoas reclamavam da falta de alimentos e medicamentos, dos apagões elétricos frequentes e da forma como o governo tem lidado com a pandemia, entre outras questões.

Como foram os protestos?
Embora a maioria protestasse de maneira pacífica, houve confrontos com a polícia. Imagens mostraram tanto manifestantes virando carros de polícia e quebrando lojas do governo, como policiais batendo em manifestantes e prendendo pessoas. No fim da tarde, o governo suspendeu o acesso à internet — desde o fim de 2018, o uso de internet por celulares se intensificou na ilha.

O que diz o governo cubano?
O presidente Miguel Díaz-Canel afirmou que a crise gerada em Cuba é culpa do embargo (série de bloqueios) imposto pelos Estados Unidos. Segundo ele, o país (inimigo histórico do governo cubano) adotou essas restrições para prejudicar a economia e, assim, estimular a população a se manifestar contra as autoridades. Díaz-Canel pediu que apoiadores do governo também protestassem, e centenas saíram às ruas em seu favor e contra as restrições dos EUA.

O que diz o governo dos EUA?
Em comunicado, o presidente Joe Biden afirmou que apoia o desejo de parte dos cubanos de exigir mais liberdade e direitos. Ele criticou
a violência policial e afirmou que muitas prisões foram injustas. Como reação, em 22 de julho, os EUA anunciaram restrições econômicas ao ministro da Defesa de Cuba e à Brigada Especial Nacional do Ministério do Interior de Cuba. Biden afirmou que o país vai continuar a punir “os responsáveis pela opressão do povo cubano”.

A história recente de Cuba
Entre 1952 e 1959, Cuba viveu sob a ditadura de Fulgencio Batista. Insatisfeito com o governo, entre 1956 e 1959, um grupo liderado por Fidel Castro lutou contra o Exército de Batista, que fugiu da ilha em 1959. Fidel assumi a liderança do país e teve atitudes que não agradaram os norte-americanos, como tomar posse para o governo de fábricas e propriedades de terra em Cuba que pertenciam a norte-americanos. Em 1961, com o aumento das tensões, os EUA romperam relações com a ilha. Desde então, de maneira geral, o relacionamento entre os países é conturbado.

O que é o embargo contra Cuba?
Série de leis criadas pelos EUA ao longo dos anos para punir o governo cubano por suas ações. A primeira medida veio em 1962 e proibia a nação norte-americana de comprar produtos fabricados inteira ou parcialmente na ilha. Com o tempo, novas leis de restrição foram criadas e outras foram suavizadas.

Quem é a favor das restrições afirma que elas são importantes para pressionar Cuba a respeitar os direitos humanos e dar mais liberdade aos cidadãos. Já os que criticam o embargo dizem que os bloqueios prejudicam seriamente a economia cubana, contribuindo para piorar as condições de vida da população.

Fontes: BBC, Casa Branca, Departamento do Tesouro Americano, El País, Nexo e Reuters.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 173 do jornal Joca.

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