No dia 14 de fevereiro, uma postagem do presidente da Argentina, Javier Milei, gerou polêmica. Ele publicou um comentário sobre uma criptomoeda chamada $Libra. A ação imediatamente chamou a atenção de muitos investidores, que compraram a moeda digital esperando que fosse valer mais no futuro. O valor de fato subiu mais de 1.000%. No entanto, poucas horas depois, boa parte das moedas foi vendida, fazendo o preço despencar e causando grande prejuízo para milhares de pessoas.

Milei apagou o post e declarou que não estava inteirado do que se tratava. “Publiquei um tuíte apoiando um suposto empreendimento privado com o qual obviamente não tenho nenhum vínculo. Não estava por dentro dos detalhes do projeto e, logo que fui informado, decidi não seguir divulgando”, declarou. A possibilidade de fraude por parte dos criadores
da $Libra está sendo investigada pelas autoridades argentinas.

Além de servir para fazer pagamentos, as criptomoedas são usadas como investimento, ou seja, as pessoas as compram como forma de reserva ou ganho no futuro. Funciona como qualquer outro investimento: se a moeda digital se valorizar ao longo do tempo, ou seja, valer mais do que o que foi pago por ela, o investidor conseguiu ganhar dinheiro. Se, ao contrário, ela for desvalorizada, o investidor teve prejuízo. Foi o que aconteceu no caso argentino, com a $Libra. O interesse de muitas pessoas fez com que o valor da moeda passasse de 0,25 dólar (cerca de 1,44 real) para 5,54 dólares (32 reais) em poucos minutos. Horas depois, o valor de mercado da $Libra ultrapassou 4 bilhões de dólares, ou 23 bilhões de reais (esse valor é obtido multiplicando a quantidade de moedas em circulação pelo seu valor).

Para aproveitar o valor alto e lucrar, o grupo dos primeiros a comprar a moeda — ou seja, os que pagaram um preço menor — vendeu grande quantidade delas, obtendo um lucro de 7 milhões de dólares (42 milhões de reais). Como esse grupo detinha a maior parte das moedas do fundo, a $Libra colapsou, ou seja, faliu. De quase 6 dólares (34,5 reais), cada unidade passou a valer 0,96 (5,50 reais), causando prejuízo para todos os outros investidores.

As criptomoedas são moedas digitais, isto é, não existem em papel, e são
usadas em transações (compras, pagamentos, transferências) pela internet. Como não são emitidas por um governo como o dinheiro tradicional, existem muitos tipos de criptomoeda. A mais famosa é o bitcoin. As moedas digitais podem valer bastante dinheiro, quando comparadas com o valor do dólar ou do real. Um bitcoin, por exemplo, chegou a valer 110 mil dólares (mais de 500 mil reais) em 2024.

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