Greta Thunberg em Estocolmo, Suécia, no dia 15 de março. #pracegover: Greta aparece falando ao microfone. Ela usa casaco amarelo. O microfone está em um suporte. Ao lado dela, estudantes da mesma idade. A imagem, na edição impressa do Joca, veio acompanhada do seguinte texto: “Eu aprendi que nunca somos pequenos demais para fazer a diferença. Se algumas crianças conseguem atenção no mundo todo, então imagine o que poderíamos fazer juntos se realmente quiséssemos”, Greta Thunberg, em discurso na Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas, em 2018. Foto: MICHAEL CAMPANELLA/Getty Images.

Estudantes de 125 países faltaram às aulas no dia 15 de março para protestar contra a falta de atitude dos governantes para combater as mudanças climáticas. As manifestações, que aconteceram nos cinco continentes, reuniram mais de 1 milhão de crianças e jovens, e teve alunos de escolas e universidades.

Os protestos fazem parte do movimento #FridaysForFuture (sextas para o futuro, em português), que começou a partir da iniciativa de uma sueca de 16 anos. Em agosto do ano passado, Greta Thunberg foi para a frente do Parlamento da Suécia (onde os políticos trabalham) levando panfletos sobre mudanças climáticas e o cartaz “em greve escolar pelo clima”.

Desde então, a menina tem feito o mesmo protesto todas as sextas-feiras, inspirando jovens do mundo inteiro a seguir o exemplo e sair às ruas para cobrar medidas mais efetivas dos governantes. Um dia antes do protesto de 15 de março, Greta foi indicada ao Nobel da Paz, o maior prêmio da paz mundial. “Tudo precisa mudar. E precisa começar hoje”, disse Greta em entrevista ao News-O-Matic, site de notícias para crianças e jovens.

“Eu aprendi que nunca somos pequenos demais para fazer a diferença. Se algumas crianças conseguem atenção no mundo todo, então imagine o que poderíamos fazer juntos se realmente quiséssemos”, Greta Thunberg, em discurso na Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas, em 2018


O que dizem as crianças e jovens que participaram do protesto?

Uganda
“Descolonizar a África. A África deve ficar livre de combustíveis fósseis [petróleo, gás natural, entre outros]. Nós precisamos de energia renovável [energia eólica, solar etc.]”

#pracegover: garota de Uganda segura cartaz, onde se lê, em inglês: África deve ficar livre de combustíveis fósseis; nós precisamos de energia renovável; #açõespeloclima agora. Ela veste calça jeans, camiseta azul e tênis preto. Está de pé sobre chão de terra batida. Ao fundo, uma árvore e roupas estendidas no varal.

Estados Unidos
No cartaz segurado pela garota Haven: “Greve escolar pelo clima”. Ao site News-O-Matic, ela declarou: “Os protestos querem chamar a atenção dos adultos para que eles façam alguma coisa. Neste momento, parece que eles não ligam para as mudanças climáticas”.

#pracegover: a garota norte-americana segura um cartaz branco onde se lê, em inglês: Greve escolar pelo clima. Ela veste blusa preta, de mangas compridas. Está em pé, em frente a uma construção que não pode ser totalmente identificada.

Austrália
“Se as crianças entendem, por que os políticos não conseguem entender?”

#pracegover: crianças da Austrália seguram uma faixa branca, onde se lê, em inglês: Se as crianças entendem, por que os políticos não conseguem entender? Elas usam roupa de verão e o dia está ensolarado. Algumas estão sentadas sobre uma plataforma alta e preta. Outra está sentada em uma banco azul. E ainda há outra criança em cima de um tipo de poste, mais alto, na cor azul. Ao fundo, adultos em pé.

Alemanha
“Proteção ambiental é proteção da vida”

Bolívia
“Não existe planeta B”

#pracegover: um grupo de jovens está em uma escadaria, em frente a um edifício não identificado. Os da frente seguram um cartaz na cor rosa, onde se lê, em espanhol: Não existe planeta B.

Japão
“Justiça climática”
“Emergência global climática”

#pracegover: um grupo de jovens aparece na imagem. Ao fundo, alguns estão em pé. Na frente, outros estão agachados ou de joelhos. Eles carregam diversos cartazes, onde se lê, em inglês: Justiça climática; Emergência global climática. Também há cartazes em japonês.

Manifestações brasileiras
No Brasil, protestos aconteceram em sete capitais, como Recife e Brasília. “A manifestação em São Paulo foi relativamente pequena. Contei uns 25 estudantes”, diz Richard Timoner, 16 anos, aluno do Colégio Santa Cruz. Ele criou um grupo com colegas interessados no tema e espera conseguir organizar uma manifestação maior no dia 12 de abril.

Por meio da leitura de notícias, Richard descobriu que a temperatura na Terra pode subir três graus até 2040, resultando em catástrofes ambientais, como enchentes. “Eu aprendi sobre aquecimento global na escola, mas não tinha ideia dessas consequências tão próximas”, diz. “É realmente assustador.”

Para Evelyn Araripe, 33 anos, diretora executiva da ONG Plant-for-the-Planet Brasil, era esperado que o movimento por aqui fosse menor do que em outras partes do mundo. “Nas escolas brasileiras, não se estuda a relação entre as mudanças climáticas e problemas do dia a dia, como enchentes e falta de água”, explica. Ainda assim, ela acredita que o movimento iniciado por Greta está ganhando visibilidade e deve chamar mais a atenção de crianças e jovens no Brasil. “Não podemos perder a esperança.”

O que está acontecendo com o planeta?
Cientistas acreditam que ações humanas, como poluição e desmatamento, estão contribuindo para o aumento da temperatura. Esse processo, chamado aquecimento global, traz diversas consequências, entre elas: derretimento de geleiras, prejuízos à pesca e agricultura, alterações no habitat dos animais e aumento do nível dos mares.

Fontes: FridaysForFuture, Greenpeace, News-O-Matic, The Guardian e Twitter de Greta Thunberg.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 217 do jornal Joca.

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Comentários (1)

  • Colégio Santa Clara

    4 anos atrás

    Nós, alunos do 4 ano C do Colégio Santa Clara, concordamos com as opiniões dos estudantes e também temos a mesma preocupação. Tentaremos fazer algo sobre isso. Todos precisam se preocupar com a questão climática, inclusive os adultos e governantes.

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